POLÍTICA
Ricardo fala sobre obras, investimentos e relação com Dilma
Confira a segunda parte da entrevista exclusiva do governador Ricardo Coutinho.
Publicado em 05/01/2014 às 8:00 | Atualizado em 22/05/2023 às 12:41
JP - Quais as obras que este ano não foi possível realizar, tiveram atrasos ou obstáculos, e que terão que ser implementadas em 2014? Seria o caso da reforma do Porto de Cabedelo, do Viaduto do Geisel, Trevo de Mangabeira e Escolas Técnicas? Houve problemas de repasses de verbas federais?
RICARDO - A modernização do Porto de Cabedelo é uma prioridade do nosso Estado, mas é preciso entender que essa é uma pendência que pertence à União, em termos de financiamento, afinal, é um porto delegado. O trevo de Mangabeira já está em obras e estamos trabalhando nos atalhos que totalizam 6 km para que possamos, a partir de fevereiro, começar o trabalho de construção da passagem subterrânea na Hilton Souto Maior. O Viaduto do Geisel, já obtivemos a portaria do DNIT e estamos aguardando apenas a autorização da Caixa para licitarmos a obra e esse dinheiro já está em caixa. Temos seis Escolas Técnicas em construção, um Canal Acauã - Araçagi de R$ 1 bilhão sendo construído a todo vapor, 750 km de adutoras em construção, ou para iniciar, mais de 1.000 km de estradas já inauguradas e outros 1.200 km para inaugurar até o final deste ano. São números que impressionam. Em 2013, a Paraíba atingiu o valor de R$ 1 bilhão de investimentos, pagos, efetivamente, quase que o dobro do realizado em 2010. Nosso problema, em relação às obras reside no tamanho delas perante a nossa máquina administrativa que, ao invés de crescer, diminuiu em função das aposentadorias.
JP - Quais os investimentos em obras estruturantes feitos durante o ano de 2013 e os que estão previstos para este ano, e também na área de habitação? Para este ano de 2014, qual a meta estabelecida para a entrega de unidades habitacionais?
RICARDO - Entre as obras estruturantes temos o programa rodoviário Caminhos da Paraíba, que já concluiu cerca de mil quilômetros de rodovias e tem outros 1.200 a entregar no próximo ano. Obras cujos investimentos chegam a R$ 1.101.693.719,63. Com a execução do maior programa rodoviário da história da Paraíba, esta gestão contempla todos os municípios com a modernização da malha rodoviária. Somente na pavimentação no Anel do Cariri, estamos investindo R$ 108 milhões em 204 km, outros R$ 68,2 milhões estão financiando a Rodovia da Reintegração, com 76,28 km. Ainda falando em obra estruturante, temos o Canal Acauã Araçagi, cuja construção acontece em parceria com o governo federal e que tem investimentos de R$ 1 bilhão. Após a conclusão, a expectativa é de garantia hídrica para 38 municípios paraibanos, beneficiando 590 mil famílias da região. Temos uma política firme de habitação. Sabemos que a casa é o elo das famílias, fundamental para sua integridade, isso sem falar nos empregos gerados a partir das construções. Atualmente já entregamos quase sete mil unidades habitacionais. Temos outras 15 mil em fase de construção, todas viabilizadas através da Companhia Estadual de Habitação Popular. Nossa meta é terminar 2014 com mais de 30 mil casas entregues. Só em Campina Grande, serão entregues, até 2014, 3.366 unidades. Já no início do ano vamos autorizar a construção de outras mil unidades. Estamos investindo R$ 12 milhões na construção de condomínios residenciais para idosos, através do programa Cidade Madura.
JP - Qual a sua avaliação do seu secretariado atual, quando o senhor vai fazer a reforma administrativa em virtude da desincompatibilização de alguns secretários que vão concorrer às eleições deste ano, e quais os critérios para escolha dos substitutos? O senhor vai aproveitar para fazer mudanças no governo como um todo?
RICARDO - Não costumo avisar quando vou fazer mudanças em secretariado. Isso não pode ser um grande evento. Precisa ser encarado como uma prática normal da administração pública.
JP - Como o senhor analisa a relação do Poder Executivo da Paraíba com o Poder Legislativo estadual e com o governo federal comandado pelo PT da presidente da República, Dilma Rousseff?
RICARDO - Acho que um Poder não pode fazer oposição a outro Poder. Isso quebra um dos pilares da democracia que pressupõe a harmonia entre os Poderes. Não é bem a isso o que a Paraíba assiste durante o atual período. Uma coisa é deputado, com o seu mandato, fazer oposição a um governo. Isso faz parte do jogo democrático. Outra coisa é a direção do Poder tentar inviabilizar um outro Poder. Lamento que isso ocorra, mas creio que isso esteja sendo visto e analisado pela população e que ela saberá dar o seu veredito no momento oportuno. Busquei, por diversas vezes, essa harmonia e o devido respeito. Continuarei buscando pois faz parte da minha formação e visão de mundo, mas terei altivez para denunciar qualquer ato que ponha em risco o respeito à democracia e à Constituição.
JP - O senhor acredita que à medida que a candidatura do presidenciável Eduardo Campos avance, poderá haver dificuldades de repasses de recursos do governo federal para a Paraíba? Já está acontecendo isso?
RICARDO - Não creio nisso. Tenho uma relação de respeito mútuo com a presidenta Dilma e acho que isso não seria compatível com a história dela e nem o povo da Paraíba aceitaria tal postura. O Brasil lutou muito para avançar na republicanização das relações entre suas instituições e não caberia tais procedimentos. Tenho certeza que esse também é o pensamento da presidenta. O PSB tem o direito de oferecer uma alternativa saudável e progressista ao povo brasileiro através do nome de Eduardo Campos, que é uma das figuras mais lúcidas da política contemporânea e dono de uma invejável conduta administrativa.
JP - Sendo o vice-prefeito de João Pessoa o seu ex-aliado político Nonato Bandeira, do PPS, como o senhor vê o apoio do PPS nacional ao presidenciável Eduardo Campos e a possibilidade dessa aliança se estender para o Estado da Paraíba?
RICARDO - O presidente Roberto Freire procurou o PSB na esfera nacional formalizando apoio ao projeto do governador Eduardo Campos. Esse apoio é importante para todos nós e deve se estender para os Estados, nada mais natural, uma vez que parece ser o interesse da maioria dos prefeitos e filiados do PPS que apoiam essa aliança com o PSB. Além do mais, o PPS participou da nossa aliança vitoriosa em 2004, permaneceu em 2008 e contribuiu, efetivamente, para a campanha de 2010.
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