Ricardo pede para deputados votarem o orçamento só em 2011

Jocélio Oliveira

Prorrogar a votação do orçamento de 2011 para janeiro do próximo ano. Essa foi a recomendação transmitida aos deputados aliados de Ricardo Coutinho (PSB) durante reunião realizada no final da manhã de hoje, no quartel general da campanha do socialista, em João Pessoa. O governador eleito também falou da preocupação com o pouco tempo para realizar a transição de governo, e formação da mesa diretora na próxima legislatura da Assembleia.

Ricardo disse que quer o apoio da atual legislatura para adiar a votação da Lei Orçamentária. Ele explicou que isso já aconteceu outras vezes na casa e também na câmara municipal e que é compreensível, já que ele é quem vai administrar os recursos. Segundo o socialista, ele pretende implementar algumas medidas já a partir do próximo ano, como a criação do Orçamento Democrático e a implantação de programas sociais e gereção de renda, e que isto precisa estar previsto e orçado para que as condições mínimas de ação sejam criadas.

“Eu tenho certeza que independentemente do partido, os deputados não serão contra adiar a votação. Isso não é ingerencia indevida, mas um direito”, afirmou Ricardo. Ele explicou ainda que a sua principal preocupação é “fazer com que a máquina pública não sofra nenhum sobressalto na continuidade dos trabalho”.

No planejamento das ações a partir de primeiro de janeiro, o governador eleito destacou a necessidade de que a Paraíba estimule o crescimento do setor privado e disse que não é possível sustentar cerca de 46% da economia do Estado no funcionalismo público. Ele também disse que “não é possível aumentar as despesas nem a folha de pessoal, que já está em 55%, quando o limite é 49%”. Vou buscar acima de tudo o equilíbrio financeiro”.

Para concretizar esse projeto, foi discutido na reunião a unidade da bancada e também a sua ampliação, da qual ele já está cuidando, tendo em vista que dois deputados do PMDB foram convidados e estiveram presentes: Iraê Lucena, que declarou apoio a RC no segundo turno, além de Flaviano Quinto.

O governador eleito disse que a reunião não foi deliberativa, mas uma ocasião para ouvir e reencontrar os aliados. O deputado João Henrique (DEM) disse que “a conversa foi amistosa e no sentido de discutir a garantia das condições de governabilidade a Ricardo”. Já o deputado eleito Adriano Galdino () explicou que “o governador repassou preocupações e estratégias que está desenvolvendo para o mês de dezembro” e disse ainda que “vamos conversar sobre a formação da mesa diretora ao longo de janeiro e fevereiro, mas já a partir da próxima semana Ricardo deve se reunir individualmente conosco”.

A reunião aconteceu a portas fechadas e durou aproximadamente duas horas. Foram convidados 25 deputados e um primeiro suplente, desse total, 23 compareceram. Faltaram apenas Léa e Zenóbio Toscano, do PSB e PSDB respectivamente, além do deputado Dinaldo Wanderley, também tucano. As discussões foram acompanhadas pelo vice-governador eleito, Rômulo Gouveia (PSDB) e também pela equipe de transição de Ricardo, com excessão de Zenóbio.

Entre os deputados eleitos e reeleitos, pariticiparam Antônio Mineral (PSDB), Lindolfo Pires (DEM), Edmilson Soares (PSB), José Aldemir (DEM), João Henrique (DEM), Branco Mendes (DEM), Tião Gomes (PSL), Adriano Galdino (PSB), Eva Gouveia (PTN), Dinaldo Wanderley (PSDB), Gilma Germano (PPS), Janduhy Carneiro (PPS), Manoel Ludgério (PDT), Toinho do Sopão (PTN), além do 1º suplente , Domiciano Cabral (DEM).

Da atual legislatura, mas que não disputaram a reeleição, estiveram presentes Pedro Medeiros (PSDB), Dunga Júnior (PTB), Jacó Maciel (PDT), Ricardo Barbosa (PSB), Socorro Marques (PPS), Assis Quintans (DEM) e Romero Rodrigues (PSDB).

Mesa Diretora da Assembleia
A discussão em torno da definição de nomes para compor a mesa diretora da Assembleia Legislativa ficou para fevereiro do próximo ano. Mas durante o encontro o governador deixou claro o seu interesse de que algum deputado aliado assuma a presidência da casa.

Apesar de ser de um partido da base aliada, o atual presidente Ricardo Marcelo (PSDB), não foi convidado para reunião. Ele já tem o apoio dos quatro deputados do PSC eleitos para próxima legislatura. Outros nomes que já estão sendo cogitados são os dos deputados Lindolfo Pires (DEM), José Aldemir (PSDB), Antônio Mineral (PSDB), todos aliados.