Ricardo prevê tempos de dificuldades econômicas na Paraíba

O governador Ricardo Coutinho (PSB) aproveitou a inauguração de um posto do Detran, ontem, no Valentina, em João Pessoa, para descrever o cenário apocalíptico traçado pela equipe econômica do Estado para os próximos meses. Segundo ele, caso não ocorra até dezembro a combinação de mudanças na política econômica e na articulação política, vai haver “fechamento geral” no país. As declarações ocorrem na mesma semana em que o Planalto fechou as portas para a captação de empréstimos no exterior por Estados e municípios. O governo tenta consolidar empréstimos que somam R$ 1,7 bilhão com Banco Mundial (Bird) e Corporação Andina de Fomento (CAF).

O agravamento da crise econômica será sentido com mais força, segundo as previsões, nos meses de agosto e setembro, quando a Paraíba terá as menores arrecadações do ano. Como efeito, já há reflexos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para o próximo ano e no Plano Plurianual, ambos em elaboração pelo governo do Estado. A previsão é que a LOA traga um crescimento de, no máximo, 5% em relação a este ano, inclusive com queda nos investimentos. Essa é a menor previsão de crescimento nesta década.

Mesmo alegando estar com a 'casa arrumada' desde o ano passado, quando promoveu uma reforma administrativa na estrutura do governo, Ricardo diz que a Paraíba não vai sair ilesa da crise.

Periodicamente, ele acompanha as despesas e o desempenho de cada órgão da administração, através de um sistema de gestão integrado e, a cada variação negativa do cenário, a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Finanças recalibra o fluxo de caixa para a manutenção do equilíbrio. O titular da pasta, Tárcio Pessoa, ressaltou que por mais que o governo faça o dever de casa, sem uma estabilização da economia, manter o equilíbrio a longo prazo não será fácil.