POLÍTICA
Ricardo se nega a falar sobre audiência com ministra
Governador e secretário do PAC evitam falar sobre o tema desde que o Ministério do Planejamento divulgou falta de projetos do Estado.
Publicado em 09/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:21
Enquanto o Brasil se debruça sobre o tema da mobilidade urbana e seus efeitos na vida da população, para o governo do Estado o assunto se transformou em 'tabu', desde que o Ministério do Planejamento divulgou, na última quarta-feira, que o governo da Paraíba não havia apresentado projetos para a mobilidade.
Levando-se em consideração que a Paraíba tem 13 regiões metropolitanas, as propostas listadas no Departamento de Estradas de Rodagem e Superintendência do Planejamento (Suplan) são destinadas à Região Metropolitana de João Pessoa e já haviam sido amplamente divulgadas pelo governo do Estado, inclusive, por fazerem parte do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), lançado em abril de 2012.
Na solenidade de premiação dos primeiros colocados na Copa Paraíba de Futebol Sub-15, o governador Ricardo Coutinho (PSB) se esquivou da imprensa. “Entrevistem o secretário de Juventude que eu estou com problema na garganta e não estou podendo falar”, resumiu, embora tenha discursado durante aproximadamente vinte minutos na solenidade. A entrega das premiações ocorreu no Salão Nobre do Palácio da Redenção.
Contatado por telefone pela reportagem, o secretário do PAC, Ricardo Barbosa, encerrou a ligação ao ser informado que o assunto era a mobilidade urbana e, em seguida, desligou o aparelho celular.
Das obras elencadas pelo próprio governador em 2012, quando participou da assinatura com a presidente Dilma Rousseff (PT) para viabilizar o aporte de recursos para a mobilidade na Paraíba, um ano depois, a maioria ainda espera pelo edital de licitação.
A previsão de construção do trevo de Mangabeira está atrasada três meses em relação ao previsto em janeiro deste ano quando foi lançado o primeiro edital de licitação. Dois editais foram lançados até então e as licitações foram declaradas desertas. A obra, se tivesse cumprido o cronograma inicial, seria concluída em maio de 2014. O túnel na entrada de Mangabeira beneficiará os bairros dos Bancários/Jardim Cidade Universitária e José Américo, trecho que conta com um tráfego de aproximadamente 40 mil veículos por dia.
O diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Carlos Pereira, disse que os projetos que estão em curso são o trevo de Mangabeira, que teve duas licitações desertas; o viaduto do Geisel, que era uma proposta do então candidato ao governo desde 2010; a perimetral que vai ligar a BR-101 até a PB-008; e as obras do contorno de Jacumã, no Conde. Conforme o DER, a ordem de serviço das obras da perimetral, orçada em R$ 6,5 milhões, será dada no próximo dia 15. A obra deve resolver o problema no acesso à PB-008, que chega a contar com um tráfego de 10 mil veículos nos finais de semana e na época de alta estação sofre aumento de até 50%. A previsão de conclusão é de seis meses.
OPOSIÇÃO CRITICA FALTA DE PROJETOS
Na Assembleia Legislativa (ALPB), foi debatida a notícia de que o governo estadual não havia apresentado projetos para solução de problemas de mobilidade urbana que pudessem resolver questões nas 13 regiões metropolitanas ou em cidades polos, especialmente as que são cortadas por rodovias estaduais. O líder da oposição, deputado Anísio Maia (PT), criticou a falta de projetos do Estado. “Se não fosse a delegação da Prefeitura de João Pessoa, que levou um pacote de projetos bem fundamentados, no valor de R$ 911 milhões, o Estado da Paraíba teria passado uma vergonha ainda maior. O governo estadual não levou nenhum projeto consistente, e o governador Ricardo Coutinho terminou saindo da reunião porque não tinha o que discutir”, afirmou.
O deputado Anísio Maia aproveitou para cobrar mudanças na equipe do governo, especialmente, entre secretários que "estejam mais preocupados com a política partidária do que com a política pública estadual". O secretário Ricardo Barbosa não foi localizado para responder às críticas.
Em defesa do governo, o deputado e líder da base de sustentação na ALPB, Hervázio Bezerra (PSDB), disse que a reunião era para discutir a mobilidade, principalmente das capitais, e não do Estado. “O governador foi convidado e deu sua opinião e contribuição, porque muitos dos projetos surgiram do seu governo quando prefeito de João Pessoa. Agora, se há, porventura, algum detalhe que alguém queira tornar público, que essa pessoa assuma e vá publicamente dar os detalhes. Eu apenas estou satisfazendo a curiosidade dos paraibanos”, frisou.
Hervázio enfatizou que não caberia a ele tornar públicos detalhes de uma audiência que envolveu o prefeito Luciano Cartaxo, o governador Ricardo Coutinho e o Ministério do Planejamento.
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