POLÍTICA
Romero quer impedir interferência da Anac
Publicado em 07/01/2014 às 8:00
O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, anunciou que pretende impedir que as regras determinadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) inibam a expansão da cidade ao restringir a construção de edifícios altos na área de abrangência do Aeroporto João Suassuna, em Campina Grande. O tucano teme que a proibição possa atrapalhar o desenvolvimento do município, já que a restrição proposta pelo órgão de controle aéreo abrange toda a área urbana de Campina.
Romero adiantou que vai negociar com a Infraero a flexibilização da proibição e citou o exemplo de outras cidades que possuem aeroportos inseridos na área urbana. “Os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e dos Guararapes, em Recife, são cercados de prédios e ninguém faz nada. Caso essa proibição aconteça em Campina, vamos até as últimas consequências para evitar a proibição”, disse.
Segundo o superintendente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), em Campina Grande, Nilson Silva, as regras determinam a área de abrangência do aeroporto, para garantir também a segurança da decolagem ou da aterrissagem, em até 40 quilômetros. Ele explicou que essa é uma regra nacional, mas em casos como o de Campina Grande, essa chamada “zona de vértice” dos aviões acaba abrangendo quase toda a cidade, chegando a atingir, inclusive, outros municípios próximos. “Não existe um padrão específico para determinar o tamanho dos edifícios, porque vai depender da sua localização e de sua proximidade do aeroporto, mas todas as irregularidades relacionadas às construções são encaminhadas ao Comar (Comando Aéreo Regional), no nosso caso com sede em Recife, e eles é quem podem impedir ou permitir o projeto de construção. Ano passado nós encaminhamos apenas três irregularidades”, disse.
Atualmente, cinco edifícios, no bairro da Prata foram impedidos de continuar as obras, devido às regras nacionais. Para o procurador do município, José Mariz, é necessário que sejam criadas condições mais objetivas e que deverão ser discutidas em reunião. “Já solicitamos oficialmente uma reunião com representantes do Comar e estamos aguardando uma resposta do órgão. Acredito que em até dez dias ela aconteça. Estamos inclusive emitindo um parecer, com a tendência muito favorável à edificação dessas construções que estão já em fase de execução”, disse.
A prefeitura pretende saber, de fato, onde é o itinerário das aeronaves. “Com isso, nós iremos obviamente respeitar aquele itinerário e não fazer um raio de ação que vá abranger quase toda a Campina Grande. A gente não vai parar o município, não vai parar as construções por conta de um aeroporto. Se for necessário, em último caso, que o aeroporto saia daquele local e vá se estabelecer em um outro canto. Nunca se ouviu dizer absolutamente nada que colocasse em risco as aeronaves aqui em Campina. Espero que o Comar esteja nos concedendo o direito de uma visita, até para fazer um termo de ajustamento de conduta para estabelecer regras objetivas”, disse. O Comar informou que não recebeu, até ontem pela manhã, nenhuma solicitação oficial para a realização de uma reunião, por parte da Procuradoria da PMCG.
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