POLÍTICA
Rompimento entre Cunha Lima e Maranhão reflete em toda a PB
No episódio do Campestre, Ronaldo precipitou a ruptura e José Maranhão tomou o poder dos Cunha Lima.
Publicado em 08/07/2012 às 9:00
Na avaliação de Jonas Duarte, o episódio do Campestre foi a 'gota d'água' para desfazer a aliança entre Ronaldo Cunha Lima e José Maranhão. Segundo ele, Maranhão procurava fazer o governo dele e Ronaldo queria manter o espaço que tivera no curto período de Mariz. “Ronaldo achava que quem tinha elegido Mariz/Maranhão havia sido ele e Cássio”, frisou. “Os ronaldistas não suportavam mais os 'não' de José Maranhão às suas reivindicações”, explicou.
Mariz disputou as eleições com Lúcia Braga, que despencou nas pesquisas com o escândalo 'Gesner Caetano'. Cássio e Ronaldo se consideraram vitoriosos. “Achavam que continuariam com a forte influência sobre o governo, mas Maranhão não aceitou essa situação”, disse.
De acordo com Duarte, Ronaldo precipitou a ruptura e Maranhão tomou o PMDB dos Cunha Lima, sem que houvesse tempo para o grupo se reestruturar em uma oposição competitiva, tornando fácil a sua reeleição.
Todavia, o nome de Cássio Cunha Lima continuou sendo muito forte em Campina. “O prestígio dele aumentou depois da cassação do seu mandato de governador, em 2009”, comentou Duarte.
Mas isso não impediu o surgimento de novos nomes no processo eleitoral local. Daniella Ribeiro é um deles, que inclusive deve disputar a prefeitura este ano. De outro lado, Romero Rodrigues (com apoio de Cássio) e Tatiana Medeiros (candidata de Veneziano). “Certamente será a eleição mais imprevisível dos últimos anos”, arriscou o analista. Segundo ele, pelos registros do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), Campina Grande é uma cidade que, nas últimas eleições, tem sido determinante no resultado das eleições estaduais, como ocorreu nas eleições de Tarcísio Burity (1986), Ronaldo Cunha Lima (1990), Antônio Mariz (1994), Cássio Cunha Lima (2002) e de Ricardo Coutinho (2010).
“Campina irradia influência política sobre sua área de influência socioeconômica".
De acordo com Duarte, a cidade tem tendência de fechar em torno de candidaturas que acenem um diálogo especial de respeito às iniciativas locais. Ele chamou a atenção para a grande rejeição do eleitorado de Campina a José Maranhão e Wilson Braga, o que permite que as forças contrárias a essas candidaturas se fortaleçam. “Na realidade, se João Pessoa 'pender' para determinada candidatura, como faz Campina, sua força é muito maior, pois seu eleitorado é quase o dobro do de Campina Grande”, afirmou.
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