POLÍTICA
Secretário de Saúde é sabatinado
Sessão especial foi realizada na ALPB para discutir irregularidades no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa.
Publicado em 08/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 12:46
Tumulto na entrada da Assembleia Legislativa e um longo debate no plenário da Casa marcaram a sessão especial realizada ontem para discutir as irregularidades no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, com a presença do secretário de Saúde, Waldson de Souza. As irregularidades foram apontadas pela auditoria do Tribunal de Contas do Estado e divulgadas em uma série de matérias no JORNAL DA PARAÍBA.
Logo no início da sessão, o secretário Waldson de Souza fez uma explanação de como o governo do Estado encontrou o Hospital de Trauma e as melhorias que foram implantadas a partir da chegada da Cruz Vermelha. Ele também fez uso do relatório da auditoria do TCE, mas apenas para destacar os pontos positivos do documento. Em sua fala, ele criticou a divulgação do relatório, sem a defesa apresentada pelo governo.
A bancada do governo compareceu em peso para rebater os ataques feitos pelos deputados da oposição. O líder governista, Hervázio Bezerra, chegou a questionar a convocação da sessão, alegando que não havia embasamento regimental para o comparecimento do secretário Waldson de Souza.
Em seu pronunciamento, o secretário tratou de desmentir os números trazidos pelo relatório da auditoria sobre os gastos com o Hospital de Trauma. Segundo ele, em 2010, na gestão do governador José Maranhão, o custeio mensal era da ordem de R$ 9.078.047,00. Já em 2011, sob a gestão da Cruz Vermelha, o custeio totalizou R$ 8.572.819, segundo números do próprio governo, que divergem dos apresentados pela auditoria.
A oposição não se deu por satisfeita com os esclarecimentos do secretário Waldson de Souza. O deputado Aníbal Marcolino, autor do requerimento convocando a sessão, disse que existia uma gangue atuando dentro do Hospital de Trauma. “São pessoas que têm uma ficha corrida, que respondem a processos no Brasil inteiro, por formação de quadrilha, desvio de dinheiro público, corrupção ativa e passiva”.
Para o deputado Trócolli Júnior (PMDB), que presidiu a sessão, as explicações do secretário não convenceram. “Nós não nos sentimos satisfeitos. Nós queremos é um posicionamento concreto do Tribunal de Contas. A Assembleia já tem o seu posicionamento, que é a solicitação do cancelamento desse contrato, que é danoso à saúde do Estado e danoso aos cofres públicos do Estado”. O deputado Lindolfo Pires (DEM), da base governista, acha que o secretário cumpriu com seu papel. “Ele cumpriu e cumpriu bem. Se a oposição não ficou satisfeita é porque não viu ou deu pouca atenção quando o secretário teve a oportunidade de externar os verdadeiros fatos que ocorreram no Trauma”.
ACESSO RESTRITO PARA SESSÃO GERA TUMULTO
Um tumulto foi registrado na entrada da Assembleia Legislativa, devido à realização da sessão especial com o secretário da Saúde, Waldson de Souza. Os seguranças da Casa foram orientados a controlar o acesso das pessoas que poderiam participar da sessão, o que motivou uma certa confusão.
A mesa emitiu nota esclarecendo que o acesso foi limitado em função dos trabalhos de reforma que estão sendo feitos na Assembleia. “Em decorrência do tumulto que foi gerado, que resultou em seguranças agredidos e o portão lateral quebrado, se fez necessário restringir o acesso. A Assembleia Legislativa da Paraíba é a Casa do Povo, mas tem que zelar pela segurança das pessoas que frequentam as suas dependências”.
De acordo com a nota, antes do início da sessão foi acordado que seria dado acesso às entidades representativas, deputados, imprensa, e depois a entrada das demais pessoas seria liberada até o preenchimento das vagas existentes em plenário. “Lamentamos a violência de aparentes claques organizadas, mais preocupadas em cumprir um contrato de exercer um papel, mesmo ao preço da utilização da truculência às pessoas, dilapidação do patrimônio publico e desrespeito à convivência democrática”, destaca a nota.
Comentários