POLÍTICA
Secretários dizem que estado tem 70% da receita comprometida
Novos secretários responsáveis pela administração, fiscalização e pagamento de contas temem ações dos últimos dias do governo Maranhão. "É uma caixa de surpresa".
Publicado em 21/12/2010 às 17:40
Maurício Melo
Ponto comum no discurso dos secretários apresentados nesta terça-feira (21) na terceira coletiva promovida pelo governador eleito Ricardo Coutinho (PSB) foi o suposto desequilíbrio financeiro do estado atualmente. Para Aracilba Rocha, escolhida para cuidar das Finanças, as contas são uma surpresa que só será conhecida depois do dia 31 de dezembro. Luzemar Martins, da Controladoria Geral do Estado, garante que o estado já tem 70% da receita comprometida.
Segundo Aracilba, o estado não vai se furtar de pagar as contas dos fornecedores "se as contas atenderem todas as exigências da lei, se a dívida for reconhecida e se tivermos dinheiro em caixa. Se não tiver, os fornecedores terão que esperar um pouco".
Ela reclamou que não tem acesso às contas do atual governo. "Estamos com os olhos fechados. Não tivemos acesso ainda ao saldo das nossas contas. E o pior é que todos os dias temos uma surpresa. Porque temos contas novas sendo feitas ainda hoje, há nove dias do fim do ano".
Gustavo Nogueira, que já foi secretário de Finanças, já tem conhecimento de estado e, segundo Ricardo Coutinho, tem a experiência para ajudar muito no novo governo. Nogueira denunciou que de novembro de 2009 até hoje foram contratados 16 mil prestadores de serviço que consumiram cerca de R$ 10 milhões.
O novo secretário reclamou que até um acórdão do Tribunal de Contas do Estado que proíbe o pagamento de gratificações para prestadores de serviço está sendo desrespeitada. "Ações como estas são responsáveis pelo grave desequilíbrio fiscal por que passa o estado hoje".
No fim da entrevista, Ricardo ainda esclareceu que toda gratificação que for considerada indevida será retirada. "A Paraíba não tem condição de bancar as ilegalidades e os crimes eleitorais. Eu não vou responder por um ato irregular que não fui eu que construí. O governo vai identificar o que for irregular e desfazer".
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