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POLÍTICA

Senado vota cassação de Demóstenes

No sétimo discurso seguido em sua defesa no plenário do Senado, Demóstenes apelou para o lado emocional dos senadores.

Publicado em 11/07/2012 às 6:00


Na véspera da votação de sua cassação, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) fez ontem um apelo emocionado para que os colegas não decretem a perda do seu mandato. Da tribuna do Senado, Demóstenes disse que chega à véspera da votação com a "cabeça erguida" depois de enfrentar um "massacre", mas ciente de que a Casa poderá "sacrificar um inocente".

"Sou a vítima da vez, e isso me custou a paz e a tranqu ilidade. Se eu tivesse culpa, talvez fosse mais simples suportar, mas a dor se amplia devido à certeza de que está sendo sacrificado um inocente", afirmou.

Em discurso em que apela para o lado emocional dos senadores, Demóstenes disse que conseguiu sobreviver a 132 dias de denúncias com lágrimas, dor, sem sono e sem saúde.

Ele afirmou que seus acusadores usaram uma "biblioteca de infâmias" para "destruir um homem".

"Cheguei até aqui, vivo após 132 dias de massacre, num bombardeio sem precedentes. Cento e trinta e dois intermináveis dias sofrendo o tempo inteiro as mais horrendas ofensas, sendo chamado pelos nomes mais ferozes, sentindo na pele a campanha incessante de injúrias, calúnias e difamação."

Também afirmou que ficou semanas "olhando para o vazio, fitando o infinito", com vergonha de encarar os amigos "não por ter feito algo reprovável, mas por me sentir pequeno diante da onda de perseguição".

"Diminuído, acuado, sem poder de reação, vendo, ouvindo e lendo impropérios."

No sétimo discurso seguido em sua defesa no plenário do Senado, Demóstenes lembrou sua família e fez um histórico de sua vida pessoal. Disse que viveu um constrangimento pessoal para encarar filhos e netos em meio às acusações de que usou o mandato para beneficiar o empresário Carlos Cachoeira.

"Encarar os filhos, sabendo que eles leram na internet as mais horrendas infâmias a meu respeito. Ter de explicar para a neta de cinco anos que a tristeza de seu avô é fruto de algo que ela só vai entender quando crescer", asseverou Demóstenes Torres.

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Jornal da Paraíba

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