POLÍTICA
STF condena três integrantes da cúpula do BR
Banco Rural concedeu empréstimos que ajudaram a financiar o mensalão, segundo a decisão do STF.
Publicado em 07/09/2012 às 15:03
O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou ontem a condenação de três integrantes da cúpula do Banco Rural --dois deles por unanimidade-- e reconheceu a fraude em empréstimos que ajudaram a financiar o mensalão. Com a decisão, o Supremo até agora condenou oito réus e absolveu dois, de 37 acusados no processo. O julgamento será retomado na segunda.
Kátia Rabello, sócia e ex-presidente do Banco Rural, e José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do banco, foram condenados pelos dez ministros pelo crime de gestão fraudulenta de instituição financeira, com pena prevista de três a 12 anos de prisão.
Vinícius Samarane, atual membro do conselho de administração do Rural, foi condenado pelo mesmo crime (8 votos a 2). A funcionária Ayanna Tenório foi absolvida (9 a 1) sob o argumento de que não tinha conhecimento das decisões tomadas. O tamanho das pena será decidido no fim do julgamento, que está sendo feito por fatias. Já foram julgados 2 dos 7 itens previstos.
No capítulo que se encerrou ontem, os ministros entenderam ter ficado demonstrado que os R$ 29 milhões em empréstimos concedidos pelo Rural a duas empresas de Marcos Valério Souza e os R$ 3 milhões ao diretório nacional do PT foram "simulacros", concedidos em desacordo com as normas bancárias e sem garantias.
Segundo a acusação, os empréstimos foram usados para disfarçar o desvio de recursos públicos para abastecer o mensalão. Em seu voto, Marco Aurélio Mello mencionou as ligações de Valério com petistas. Segundo ele, Kátia e Salgado têm culpa não pelos cargos que ocupavam, mas inclusive pelos contatos mantidos com Valério e "com o então chefe do gabinete civil da Presidência, também acusado no processo, José Dirceu".
Celso de Mello disse haver no banco um "núcleo criminoso, mediante divisão de tarefas".
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