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POLÍTICA

Suspeita de integrar esquema de fraude em merenda, secretária de Educação de CG se entrega à PF

Iolanda Barbosa estava fora do estado e por isso não tinha sido presa durante a operação na quarta-feira (24)

Publicado em 25/07/2019 às 9:44 | Atualizado em 25/07/2019 às 14:20


                                        
                                            Suspeita de integrar esquema de fraude em merenda, secretária de Educação de CG se entrega à PF

				
					Suspeita de integrar esquema de fraude em merenda, secretária de Educação de CG se entrega à PF
Iolanda Barbosa se entregou após retornar ao estado (Foto: Divulgação/PMCG).

Alvo de mandado de prisão na Operação Famintos, a secretária de Educação de Campina Grande, Iolanda Barbosa, se apresentou na delegacia da Polícia Federal da cidade na manhã desta quinta-feira (25). De acordo com as investigações, Iolanda é suspeita de participação direta no esquema de fraudes em licitações que desviou dinheiro da merenda escolar.

A Operação Famintos foi deflagrada na quarta-feira (24). As investigações foram iniciadas a partir de representação autuada no MPF, que relatou a ocorrência de irregularidades em licitações na Prefeitura de Campina Grande (PB), mediante a contratação de empresas “de fachada”. Com o aprofundamento dos trabalhos pelos órgãos parceiros, constatou-se que desde 2013 ocorreram contratos sucessivos, que atingiram um montante pago de R$ 25 milhões.

Além de Iolanda, o secretário de Administração, Paulo Roberto Diniz, também é apontado como suspeito de participação no esquema. Diniz foi afastado das funções por decisão da Justiça Federal. Iolanda não foi presa na quarta por que se encontrava fora do estado.

“As interceptações telefônicas também evidenciaram a participação direta de Iolanda Barbosa da Silva e Paulo Roberto Diniz nas fraudes e contratos vinculados à Secretaria de Educação, notadamente no que se refere aos contratos firmados com Frederico de Brito Lira”, afirma o do juiz da 4ª Vara da Justiça Federal da Paraíba, Vinícius Costa Vidor

Em nota, a prefeitura de Campina Grande afirmou que a distribuição da merenda escolar no município atende a todos os padrões de excelência. Ainda de acordo com a PMCG, a CGU atestou em 2016 a regularidade da execução do programa na cidade.

As empresas

No decorrer das investigações, a Polícia Federal identificou várias empresas que fariam parte do suposto esquema. “Em cada núcleo empresarial de atuação do grupo criminoso, foi verificada, até o momento, a utilização de seis empresas: Frederico de Brito Lira ME, Nutri Comercial LTDA EPP, Casa da Carne Campinense LTDA, Delmira Feliciano Gomes ME, Rosildo de Lima Silva EPP e Renato Faustino da Silva ME, no primeiro núcleo e Arnóbio Joaquim Domingos da Silva EPP, Billy Kent Comércio de Estivas LTDA, J da Silva Alimentos ME, Kátia Suência Macedo Maia EPP, Severino Roberto Maia de Miranda EPP e Marco Antônio Querino da Silva EPP no segundo núcleo.

Em um dos casos, a empresa Delmira Feliciano Gomes ME não teria sequer proprietário, nem funcionários, mas movimentou R$ 18 milhões. “Note-se que a empresa Delmira Feliciano Gomes ME nunca existiu de fato e sua suposta proprietária também não existe, tratando-se de identidade falsa, ilustrando um dos meios utilizados pelo grupo para evadir-se de eventual responsabilização. A partir das informações obtidas a partir da quebra de sigilo fiscal, por exemplo, verificou-se que a empresa Delmira Feliciano Gomes movimentou mais de 18 (dezoito) milhões de reais em vendas de mercadorias entre 2013 e 2016, mas não detinha nenhum empregado registrado nesse mesmo período nem funcionava em nenhum estabelecimento comercial”.

A operação

Além da merenda escolar, as contratações incluíam o fornecimento de material de higiene e de limpeza para outras áreas de governo (Saúde, Assistência Social e outras áreas). A CGU, durante auditoria realizada para avaliar a execução do PNAE no município, detectou um prejuízo de cerca de R$ 2,3 milhões, decorrentes de pagamentos por serviços não prestados ou aquisições de gêneros alimentícios em duplicidade no período de janeiro de 2018 a março de 2019.

A Operação Famintos cumpriu 34 mandados de busca e apreensão, 14 de prisão temporária e sete de afastamento de cargo ou função pública nos municípios paraibanos de Campina Grande, João Pessoa e Massaranduba. O trabalho conta com a participação de nove auditores da CGU e cerca de 150 policiais federais.

Lista de presos na Operação Famintos

Campina Grande

Arnóbio Joaquim Domingos da Silva

Flávio Souza Maia

Frederico de Brito Lira

Iolanda Barbosa da Silva

José Lucildo da Silva

Josivan Silva

Kátia Suênia Macedo Maia

Luiz Carlos Ferreira de Brito Lira

Marco Antonio Querino da Silva

Renato Faustino da Silva

Severino Roberto Maia de Miranda

João Pessoa

Gabriella Coutinho Gomes Pontes

Helder Giuseppe Casulo de Araújo

Massaranduba

Rosildo de Lima Silva

Imagem

Jhonathan Oliveira

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