Título de cidadão pessoense para Bolsonaro é alvo de protestos na Câmara Municipal

A concessão de um título de cidadania pessoense ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi alvo de intensos protestos na manhã desta quarta-feira (12) na Câmara Municipal de João Pessoa. Dezenas de militantes contrários e a favor à proposta ocuparam a galerias e houve muito bate-boca entre os parlamentares com posicionamentos divergentes.

A proposta, de autoria do vereador Carlão (PSDC), acabou não sendo votada depois que os vereadores contrários deixaram o plenário para quebrar o quórum. A mais parte dos parlamentares contrários são da base de partidos mais alinhados com a esquerda, como o PSB e o PT. O esvaziamento foi iniciado após a fala da vereadora Sandra Marrocos (PSB), que acusou o deputado federal e presidenciável de ser uma pessoa, racista, homofóbica e misógina. A declaração teve anuência dos colegas de bancada Tibério (PSB) e Léo Bezerra (PSB), além de Marcos Henriques (PT).

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O vereador Thiago Lucena (PMN), embora não tenha deixado o plenário, declarou ser contrário à propositura por ferir o regimento interno. O vereador lembrou que já houve um debate na Casa sobre o excesso de honrarias e destacou que o parlamentar não atende aos requisitos para a concessão da cidadania, que é o de ter serviços relevantes prestados à capital.

Autor da proposta, o vereador Carlão criticou o movimento contrário. Segundo ele, o título de cidadania pessoense foi concedido a pessoas que não mereciam como o ex-presidente Lula e isso nunca foi questionado.

Protesto virtual

Insatisfeitos com a proposta, integrantes de movimentos Minha Jampa se organizam através das redes sociais para tentar derrubar a matéria. O grupo disponibilizou uma site para que o eleitorado possa pressionar os vereadores a votarem contra a propositura.

O grupo lembra que no dia 10 de abril o vereador Carlão propôs o título de cidadão pessoense a Jair Bolsonaro. Na época, muitos vereadores e vereadoras foram contra, já que a proposta fere o artigo 238 do Regimento Interno, que diz que as honrarias só valem para aqueles que comprovadamente, tenham prestado relevantes serviços ao Município de João Pessoa.

"Em 2015, a Câmara rejeitou esse título a Eduardo Cunha e repercutiu nacionalmente. Por isso, preencha o formulário ao lado e pressione os 27 vereadores. Temos poucas horas para pressionar para impedir que essa bizarrice aconteça!", provoca a campanha.

Voto de solidariedade

Apesar do adiamento da votação, a Casa aprovou nesta quarta-feira um voto de solidariedade a Jair Bolsonaro, proposto pela vereadora Eliza Virgínia (PP), devido à agressão sofrida pelo deputado federal do Rio de Janeiro durante atividades de campanha em Juiz de Fora na semana passada.