Trajetória: a política intensa de Ronaldo Cunha Lima

Natural de Guarabira, mas radicado em Campina Grande, Ronaldo Cunha Lima foi político e poeta. Nasceu em 18 de março de 1936, filho de Demóstenes Cunha Lima e Francisca Bandeira da Cunha. Na adolescência ele foi vendedor de jornais, trabalhando também como garçom. O Poeta contava com orgulho episódios dessa época. Trabalhou na Associação Comercial de Campina Grande, na Rede Ferroviária do Nordeste e no Cartório de D. Nevinha Tavares, para que pudesse custear seus estudos, já que o seu pai, Demóstenes, morreu muito cedo e deixou com dona Nenzinha, sua mãe, a responsabilidade de criar e educar a família numerosa

No Legislativo e no Executivo, assumiu cargos importantes, entre os quais o de governador e também de representante do povo nas duas casas do Congresso Nacional. Também foi protagonista dos mais fortes episódios da política estadual, a exemplo dos casos Gulliver e Clube Campestre. Quando o assunto era lírico, sua poesia e textos o levavam a diferentes temas, passeando com seus versos nas mais inusitadas situações. Esse universo quase onírico o fez ocupar uma das cadeiras da Academia Paraibana de Letras. Desde julho do ano passado, ele estava lutando contra um adenocarcinoma no pulmão esquerdo.

Ao longo de mais de 50 anos de vida ativa política, ele passou por quase todos os cargos públicos. Pelo PTB, assumiu três legislaturas e uma gestão no executivo municipal – vereador de Campina Grande (1959 a 1963); deputado estadual (1963-1967 e 1967 a 1969); e prefeito de Campina Grande (1969-1969).

À frente da Prefeitura de Campina Grande, permaneceu no cargo de 1º de janeiro a 13 de março, pois teve seu mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos. Isso aconteceu com base no art. 4º do Ato Institucional nº 5, conhecido como AI-5, na época da repressão.

No período em que esteve no PMDB, Ronaldo Cunha Lima cumpriu mais duas gestões no Executivo e uma legislatura no Congresso Nacional – foi prefeito novamente de Campina Grande, de 1983 a 1988; governador da Paraíba, de 1991 a 1994; e senador, de 1995 a 2003. No Senado, chegou a ser o primeiro vice-líder do PMDB na Casa, de 1995 a 1997, além de vice-líder do bloco PL/PSL, em 2005.

Após romper com o PMDB e ingressar no PSDB, ainda ocupou o cargo de deputado federal de 2003 a 2007. Foi reeleito na Câmara, mas renunciou em outubro de 2007, quando se licenciou e não completou a legislatura, cujo término seria em 2011.

Quando se licenciou do mandato de deputado federal na legislatura 2007-2011, assumiu como secretário de Articulação Política da Paraíba.

Quem seguiu os seus passos políticos foi seu filho Cássio (PSDB), ex-governador e atual senador da Paraíba.