Tucanos da Paraíba condenam decisão de Aécio em afastar Tasso Jereissati

Prestes a ser reconduzido à presidência do PSDB na Paraíba, o ex-deputado Ruy Carneiro classificou como manobra, com claro apoio do governo do presidente Michel Temer, as tentativas do senador Aécio Neves de interferir na eleição do novo diretório nacional do partido com a destituição do presidente interino do partido, o senador Tasso Jereissati (CE). A intervenção também não foi bem recebida pelos membros tucanos da bancada federal paraibana, o senador Cássio Cunha Lima e o deputado Pedro Cunha Lima.

Para Ruy Carneiro, Aécio tenta minar Tasso por ele ser forte candidato ao posto na convenção marcada para o dia 9 de dezembro, para nomear o ex-governador Alberto Goldman, de São Paulo. Ele disputa a presidência da agremiação contra o governador de Goiás, Marconi Perillo, que é a favor Temer.

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“Vamos votar em peso na candidatura do senador Tasso porque é quem representa o PSDB verdadeiramente comprometido com as bandeiras éticas e as transformações que o Brasil precisa para retomar sua agenda de crescimento e desenvolvimento econômico”, disse Ruy, que neste sábado (11), durante convenção estadual, será reeleito para a presidência do partido na Paraíba.

Ruy compõe uma ala ligada à Tasso Jereissati que vem defendendo o afastamento do PSDB do governo, ao contrário de Aécio. “Faz tempo que Aécio Neves já não nos representa e que a presença do PSDB no governo perdeu o sentido. O partido foi em função de seu compromisso com o país e com a estabilidade econômica e política. Mas agora extrapola todos os limites”, ressalta.

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) é um dos que defendem a eleição de Tasso para a presidência do PSDB Nacional. Em sua página no Facebook, o tucano criticou a intervenção de Aécio Neves. "O governo interveio no partido. Isso é muito grave. Terá uma consequência interna, que é o fortalecimento da candidatura de Tasso ao comando do partido", criticou.

Filho de Cássio, o deputado Pedro Cunha Lima foi mais além e tratou o episódio como "conluio" de Aécio com Temer. "O PSDB escreveu hoje uma vergonhosa página da sua história. Num conluio com um governo que utiliza de todos os métodos para atender as suas conveniências marginais. Ao Senador Tasso, minha solidariedade!", criticou.