POLÍTICA
Vereador preso no Sertão deve ser expulso do PSB
Comissão provisória da legenda também será suspensa na cidade.
Publicado em 12/07/2017 às 9:49
O presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na Paraíba, Edvaldo Rosas, declarou nesta quarta-feira (12), que o vereador Francisco das Chagas (PSB), do município de São Mamede, preso na última segunda-feira (10), suspeito de vender equipamentos da Secretaria de Educação do Estado da Paraíba, deverá passar pelo processo de expulsão do partido.
O socialista antecipou ainda, que a comissão provisória do partido na cidade de São Mamede será suspensa pela executiva estadual, uma vez que o vereador responde pelo cargo de presidente da legenda. Segundo Edvaldo Rosas, o conselho de ética estadual do PSB já foi acionado e o processo de expulsão deve ser iniciado.
A redação do Jornal da Paraíba fez contato com o presidente da Câmara Municipal de São Mamede, o vereador Neoclecio Andrade (DEM), que ressaltou aguardar a realização da audiência de custódia do suspeito, para o anúncio de qualquer medida. Ele disse também, que a orientação jurídica do procurador da Câmara Municipal é esperar os esclarecimentos dos fatos.
Entenda o caso
A Polícia Civil de Patos prendeu na tarde da última segunda-feira (10) o vereador do município de São Mamede, Francisco das Chagas Medeiros (PSB), e o técnico de informática, Arlan Ravelle de Araújo Guerra, de 25 anos. Eles são acusados de comercializarem equipamentos pertencentes à Secretaria de Educação do Estado da Paraíba. A venda dos equipamentos pela dupla era realizada em sites da região. O equipamento possuía tombamento, o que facilitou o trabalho de investigação.
De acordo com o delegado Demétrius Patrício, o caso veio a público após o registro de uma denúncia de que um equipamento access point (dispositivo para rotear internet), pertencente a uma escola da rede estadual em São Mamede, estava sendo comercializado na internet.
A denúncia foi formalizada pela 6ª gerência regional de Educação de Patos, que acompanhou o processo, após agentes da Polícia Civil se passarem por clientes e marcarem um encontro com o técnico de informática, responsável pelas negociações. Segundo a Polícia Civil. O equipamento era oferecido por R$ 500, mas havia sido comprado pelo Estado por R$ 2,7 mil, conforme valor especificado na nota fiscal apreendida.
Após ser detido em flagrante pelos policiais, o técnico de informática foi levado para delegacia e confessou que o equipamento pertencia a uma escola do Estado. Ele disse que o produto havia sido repassado pelo vereador Francisco das Chagas Medeiros, que acabou detido minutos depois numa ação realizada por policiais no sítio pertencente ao político, distante seis quilômetros da cidade de São Mamede. Outros dois equipamentos também foram apreendidos.
Na delegacia, o técnico de informática pagou fiança e responderá em liberdade pelo crime de receptação. Já o vereador Francisco das Chagas Medeiros será indiciado pelos crimes de peculato, furto e crime contra administração pública. Por se tratar de um caso de apropriação de bem público em fase de investigação inicial, o vereador não teve direito ao pagamento de fiança e foi encaminhado para o presídio Romero Nóbrega, onde permanecerá a disposição de Justiça, até a audiência de custódia.
A redação do Jornal da Paraíba tentou contato com o advogado dos suspeitos, mas nenhuma das ligações realizadas foram atendidas ou retornadas.
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