POLÍTICA
Vereadores de JP retomam atividades com indefinições para janela partidária
Alguns parlamentares da capital já anunciaram que vão mudar de sigla.
Publicado em 04/02/2020 às 6:45 | Atualizado em 04/02/2020 às 16:07
Os vereadores de João Pessoa retomam os trabalhos legislativos na Câmara Municipal nesta terça-feira (4). Apesar de 40 dias sem realizar sessões plenárias, a Casa deve voltar às atividades em ritmo lento e concentrada na abertura da ‘janela partidária’, que se inicia no dia 5 de março. Até lá, os parlamentares participarão de uma oficina para atualização jurídica e emendam com o Folia de Rua e o Carnaval de Boa.
Conforme o calendário eleitoral para as Eleições 2020, a janela partidária se abre por 30 dias e se encerra no dia 3 de abril. Neste período, os vereadores poderão mudar de partido por justa causa, para concorrerem nas eleições majoritária ou proporcional sem perder o mandato. Já o dia 4 de abril é o fim do prazo para aqueles que desejam concorrer a um cargo eletivo estarem filiados a um partido devidamente registrado no TSE. A data marca seis meses antes do pleito.
Aliados de João
Sem apoio certo para a prefeitura de João Pessoa, o governador da Paraíba, João Azevêdo, recém-filiado ao Cidadania, é quem deve dar o tom do troca-troca de partido na Casa. Os quatro vereadores socialistas decidiram mudar de legenda após o rompimento de João com o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), oficializado em setembro do ano passado.
O líder da oposição na Câmara, Léo Bezerra (PSB), antecipou que vai esperar João e, posteriormente, a janela partidária para decidir seu futuro partido. O socialista, no entanto, admite que vive andando no escuro. “O problema é que ainda não sabemos como fica. Meu partido está sem direção municipal e estamos presos à janela partidária porque o presidente nacional (Carlos Siqueira) disse que vai pedir o mandato de quem sair”, comentou.
Outros socialistas que devem sair no rastro de João Azevedo é o vereador Tanilson Soares (PSB) e o recém-chegado à Casa, Zezinho Botafogo (PSB), que também acenou que vai aonde o governador for ao assumir a cadeira deixada com a ida do vereador Tibério Limeira para a Secretaria de Desenvolvimento Humano. A mudança de partido não está descartada, também por Tibério.
O PSB ainda vai perder a vereadora Sandra Marrocos (PSB) que já antecipou que pretende se filiar ao PT, seu partido de origem. Ao contrário dos seus colegas de legenda, a parlamentar resolveu ficar ao lado de Ricardo Coutinho na disputa e deve seguir seu rumo em um partido alinhado com o ex-governador para as Eleições 2020.
Grupo de Cartaxo
Na base do prefeito Luciano Cartaxo (PV) também devem ocorrer mudanças. O vereador licenciado, atualmente no cargo de secretário de Ciência e Tecnologia (Secitec), Durval Ferreira (PP), é um dos que vai aproveitar a janela para trocar de legenda. Ex-presidente da Casa, há 31 anos atuando em sucessivos mandatos como vereador de João Pessoa, Durval anda cogitando mudar de partido para disputar à prefeitura da capital pelo PL, do deputado federal Wellington Roberto.
Ponto favorável para Durval é o fato de que Cartaxo disse que o seu candidato deve sair do núcleo de auxiliares, apesar de os nomes mais aventados serem de Diego Tavares (Desenvolvimento Social), Daniella Bandeira (Planejamento) e Zennedy Bezerra (Desenvolvimento Urbano.)
Quem também é cogitado para mudar para o PL é outro ex-presidente da Casa: o vereador tucano Marcos Vinícius (PSDB). Mas ainda não há definições da parte dele.
O secretário do Procon-JP, Helton Renê, que havia anunciado a desfiliação do PCdoB em setembro do ano passado, também está na expectativa da 'janela partidária' para mudar de legenda e retornar à Casa. O parlamentar disse que está em conversas com algumas legendas, mas que não poderia adiantar nomes por causa da fidelidade partidária. "Por conta do mandato da gente que a gente divide com o suplente e muitos partidos estão me chamando por conta da nossa postura", comentou.
Destino incerto
Embora não tenha pretensões de mudar de partido para as Eleições 2020, o vereador Lucas de Britto (PV) disse que ainda há muita insegurança entre os colegas de parlamento por causa das regras do jogo para este ano. “Não tenho certeza de quem vai mudar de partido. O pessoal está um pouco apreensivo com a novidade de não fazer coligação em 2020”, completou.
Com o fim das coligações, não haverá mais alianças e cada partido terá de apresentar uma lista fechada de candidatos a vereador.
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