POLÍTICA
Wilson Santiago entrega defesa à mesa diretora
Assessoria jurídica do peemedebista defende a tese de que um cidadão inelegível para se candidatar às próximas eleições não pode receber documento tornando-o apto a assumir um cargo.
Publicado em 05/11/2011 às 6:30
O senador Wilson Santiago (PMDB) entregou no final da tarde de ontem sua defesa na mesa diretora do Senado Federal. O parlamentar pede para continuar no cargo até o julgamento do recurso protocolado na Justiça Eleitoral contra a expedição do diploma de Cássio Cunha Lima (PSDB), contestando assim a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor do tucano. A assessoria jurídica do peemedebista defende a tese de que um cidadão inelegível para se candidatar às próximas eleições não pode receber documento tornando-o apto a assumir um cargo público.
O advogado do peemedebista, Michael Saliba, explicou que Wilson Santiago cumpriu o prazo para apresentar a defesa. “Foi protocolada no final da tarde de ontem e levanta questões de que permanecer no cargo até, pelo menos, o julgamento do recurso contra a expedição do diploma”, afirmou. “Nossa tese é que entre o registro e a diplomação surgiu a Lei da Ficha Limpa,que entraria em vigência em um ano, que era em junho de 2011. Alguém que está inelegível para disputar qualquer eleição não pode ser diplomado”, argumentou.
Ainda de acordo com Saliba, não há posse marcada para a semana que vem, mas apenas uma reunião da mesa diretora.
“Desconheço qualquer documento dizendo que tem designada posse para qualquer senador na semana que vem. O que há é uma reunião da mesa diretora para as 10h da segunda-feira”, observou.
Antes de protocolar a defesa na mesa diretora, o peemedebista disse por telefone à reportagem que só vai pensar em outras possibilidades políticas, que não seja de senador, quando todos as pendências judiciais forem julgadas. Mesmo assim, ele não descartou a possibilidade de assumir algum cargo federal e se limitou a destacar que tem boas relações com os interlocutores da presidente Dilma Rousseff (PT) e com a própria chefe de Estado.
“Tenho conversado com os interlocutores e com a presidente, com quem tenho boas relações, sobre outras coisas (que não sejam indicações). Até porque cargos de confiança são decisões que competem apenas ao governo. Isso é um caso para se pensar posteriormente, depois de consumadas todas as pendengas judiciais”, afirmou Wilson. “Meu objetivo é aguardar a conclusão final de tudo”, enfatizou.
De acordo com o site oficial do PMDB da Paraíba, embora ciente de que a mesa pode definir já na segunda-feira a data da posse de Cunha Lima, Santiago orientou seus assessores a não retirarem objetos de seu gabinete.
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