QUAL A BOA?
Bial parece com ultradireita ao criticar Democracia em Vertigem
Publicado em 04/02/2020 às 7:40 | Atualizado em 22/06/2023 às 12:55
Nesta terça-feira (04), estamos a apenas cinco dias da cerimônia do Oscar.
O Brasil participa com Democracia em Vertigem, de Petra Costa, concorrendo à estatueta de Melhor Documentário.
Quando houve a indicação, a ultradireita nacional reagiu, do presidente Bolsonaro às pessoas anônimas que se manifestaram através das redes sociais.
Todos usaram basicamente o mesmo argumento:
Como o filme concorre ao Oscar de Melhor Documentário se não é um documentário?
Segundo seus críticos, Democracia em Vertigem deveria ser enquadrado como obra de ficção, posto que distorce a realidade, manipula os fatos.
O argumento, além de pouco inteligente, é facilmente desmentido com a seguinte pergunta:
Será que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que existe há mais de 90 anos, ainda não aprendeu a distinguir um documentário de um filme de ficção?
Nesta segunda-feira (03), foi a vez de Pedro Bial criticar o documentário de Petra Costa.
Vou me ater a um detalhe:
O jornalista disse que Democracia em Vertigem é uma ficção alucinada.
Claro que Bial tem todo o direito de não gostar do filme e de expressar sua opinião, mas não precisa dizer coisas incompatíveis com sua inteligência e sua longa experiência profissional.
Não, Bial!
Democracia em Vertigem não é uma ficção alucinada.
Democracia em Vertigem é um documentário no qual a sua realizadora toma partido.
Como tantos outros documentaristas já o fizeram.
Ao usar a expressão "ficção alucinada" para classificar e desqualificar o filme de Petra Costa, Pedro Bial não faz nada além de ficar parecido com a extrema direita que torce contra o sucesso do nosso indicado ao Oscar.
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