Gkay denuncia xenofobia; veja outros casos de paraibanos vítimas de preconceito regional

Esta não é a primeira vez que paraibanos na mídia são vítimas de preconceito regional.

A humorista Gessika Kayane, a Gkay, é natural do interior da Paraíba. Foto: Reprodução/ Instagram

A paraibana Gkay compartilhou nas redes sociais nesta quarta-feira (27) que foi vítima de xenofobia. Em uma captura de tela, usuários da rede social Twitter criticavam a aparência dela, até que um dos comentários dizia “pior que isso, só o sotaque”. Esta não é a primeira vez que paraibanos na mídia são vítimas de preconceito regional.

A atriz e humorista paraibana não deixou barato e prometeu processo. “Eu admito todo tipo de crítica​. D​o​ meu corpo, minha cara, meu cabelo. Mas coisa relacionada ​à​ minha origem, ao meu sotaque e ao meu ​Nordeste​, amor, ​vai ter processo​, torcendo para dar cadeia. Xenofobia é crime, tá? ​ Pode me esculhambar, mas não toque no meu ​Nordeste. Não admito​”, disse ela.

Um dos exemplos mais recentes de xenofobia na mídia envolveu a influenciadora Antônia Fontenelle. Em setembro de 2021, ela foi indiciada pelo crime de preconceito, pela Polícia Civil da Paraíba, após fazer declarações xenofóbicas quando criticava DJ Ivis, no caso das agressões causadas à ex-mulher Pamella.

Na ocasião, Fontenelle disse que “esses ‘paraíbas’ fazem um pouquinho de sucesso e acham que podem tudo”. Ao ser criticada por xenofobia, ela tentou se explicar, mas piorou a situação ao dizer que se referiu a quem “fazia paraibada”, associando o termo Paraíba a algo pejorativo.

“Se juntaram pra agora me acusar de xenofobia. De novo? Num cola! Já tentaram me acusar de xenofobia. (…) Porque eu falei ‘esses ‘paraíba’ quando começam a ganhar um pouquinho de dinheiro acham que podem tudo. ‘Paraíba’ eu me refiro a quem faz ‘paraibada’”.

Juliette Freire e Flay

Outro caso emblemático envolveu a paraibana Juliette Freire, no BBB 21. Durante a participação da cantora e influenciadora no reality, alguns colegas de confinamento não entendiam algumas expressões e entonações que ela utilizava ao falar. Ao invés de buscarem compreender, Juliette foi chamada de louca e passou algum tempo excluída do restante da casa.

Mesmo depois da vitória do BBB 21, não é muito difícil encontrar comentários de teor xenofóbico contra Juliette, como por exemplo na imagem abaixo. Em uma resposta ao anúncio de que a paraibana participaria do programa “Lady Night”, com Tatá Werneck, um usuário chamou a paraibana de “cangaceira inútil”. Outros comentários menos diretos, ridicularizam elementos tradicionais da cultura paraibana que Juliette costumava falar na casa, como o cuscuz.

Xenofobia contra Juliette
Alguns comentários sobre Juliette em rápida busca nas redes sociais.
Foto: Reprodução/Twitter

Flayslane, também paraibana, que participou do BBB 20, relatou nas redes sociais e em entrevistas que foi vítima de xenofobia dentro e fora da casa. Muitas vezes de forma indireta. Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA em 2021, a cantora natural da cidade de Nova Floresta, disse que somente algum tempo depois as pessoas perceberam que algumas atitudes que Flay experienciou podem ter sido de origem xenofóbica.

“Algumas pessoas começaram a reviver, analisar com mais entendimento do assunto e perceber que sofri com a xenofobia na minha edição, dentro e fora da casa, que esse era o motivo pelo qual a minha voz incomodava, o meu andar incomodava, meu jeito incomodava”.

Xenofobia é crime

Comentários ou qualquer tipo de discriminação por questões regionais, como ridicularizar sotaques ou falar de elementos de uma região de maneira pejorativa, são considerados xenofobia. Os autores podem ser enquadrados na Lei do Racismo, que prevê pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa para o crime de preconceito ou descriminação.