Flay fala sobre xenofobia, BBB e identificação com Juliette: “meu jeito incomodava”

Paraibana, que participou do BBB 20, fez um balanço dos desafios do reality e planos para a carreira.

Flay fala sobre expectativas para lançamento de novo disco em março/ Foto: Johnny Moraes/Divulgação
Flay entrevista exclusiva
Flay fala sobre xenofobia, identificação com Juliette e frutos do BBB 20.
Foto: Johnny Moraes/Divulgação

A cantora paraibana Flay entrou no BBB 20 como pipoca, ou seja, fazia parte do grupo de participantes inscritos e que não eram conhecidos nacionalmente. Na época, ela cantava em uma dupla sertaneja, Lane e Mara. 

Durante a passagem pelo programa, a participante de voz potente e personalidade marcante foi incompreendida diversas vezes. Um ano após o reality show, em entrevista ao Jornal da Paraíba, ela falou sobre o programa, identificação com Juliette, situações de xenofobia, conquistas que o pós lhe trouxe e planos para a carreira. 

BBB 20

Com a participação da paraibana Juliette Freire no BBB 21, o debate sobre xenofobia ganhou força nas redes sociais. Uma das primeiras a torcer pela maquiadora na casa foi Flay. Além da questão regional, houve uma identificação com a dor. No BBB 20, além dos conflitos do jogo, a paraibana de Nova Floresta chegou a ser chamada de falsa e recebeu outras acusações dentro e fora da casa.

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Flay fala sobre um efeito manada que acontece dentro do jogo e com o público aqui fora.

“Alguns tomam ranço, chamam de forçada, exagerada, chata, enquanto aqui fora começa um grande Maria vai com as outras, a partir do momento que começa a dar like falar mal da menina que ninguém leva a sério e ela passa a ser chata e tem que sair logo”, afirmou ela.

Xenofobia

Hoje, Flay entende que o incômodo com seu jeito de ser e de falar, com sotaque paraibano, tem indícios de xenofobia.

“Algumas pessoas começaram a reviver, analisar com mais entendimento do assunto e perceber que sofri com a xenofobia na minha edição, dentro e fora da casa, que esse era o motivo pelo qual a minha voz incomodava, o meu andar incomodava, meu jeito incomodava”.

Como no BBB 20 outras pautas estavam mais em alta, como a disputa entre “as fadas sensatas e os rapazes”, as situações pelas quais Flay passou acabaram passando despercebidas.

“Foi uma edição cheia de muitas histórias e infelizmente a minha ficou perdida no meio de todas elas, mas como toda boa paraibana/nordestina, arregacei as mangas e fui correr atrás das portas que o BBB abriu pra mim e me tornei a mulher artista que sou hoje, com muito mais entendimento também e com o coração quietinho por saber que o que foi ocultado na minha edição foi desmascarado nesta”.

Identificação com Juliette

Flay foi uma das primeiras famosas a declarar torcida por Juliette Freire no BBB 21. Sobre a identificação, além da questão regional, ela cita a experiência na casa.

“A Juliette é de longe uma mulher mais centrada que a Flay da minha edição, mas nossas vivências dentro do BBB foram parecidas, por isso tanta identificação e dedicação pela vitória dela”. 

Frutos do pós-BBB

Flay
Foto: Johnny Moraes/Divulgação

A participação no BBB 20 ampliou a projeção de Flay pelo Brasil. Ela já lançou alguns hits, como “Saudades, né, minha filha?”, com Jerry Smith, e “Osmar”. Além das portas que o programa abriu, ela revela que a passagem pelo reality trouxe um amadurecimento significativo. 

“O amadurecimento que esse um ano de pós me trouxe tem benefícios emocionais e psicológicos que eu demoraria pelo menos mais uns 20 anos para adquirir, se conseguisse atingir. Não tenho do quê reclamar, abriu muitas portas e eu me jogo em todas”. 

Próximos passos de Flay

Flay
Foto: Johnny Moraes/Divulgação

A cantora paraibana segue preparando novidades na música. Ela informou que, em breve, lançará um clipe com dois artistas que admira muito e um CD promocional para o Nordeste. Flay segue feliz  com a carreira e deixa um recado para as pessoas que agem de forma xenofóbica. 

“Eu diria que a empatia não é seletiva, que respeito e boa vontade para compreender não é só para com quem eles concordam ou tem os mesmos costumes, por último, diria que não são melhores que nós, que façam autoanálise sobre os seus conceitos, e que considerem a possibilidade da implicância ser xenofobia”.