Imagineland: Julie Caitlin Brown e David Ramsey refletem sobre a indústria do entretenimento: “precisamos nos preocupar em fazer filmes de heróis com qualidade”

Em conversa com a imprensa no Imagineland, neste sábado (29), Julie Caitlin Brown (Star Trek) e David Ramsey (Arrow) refletiram sobre o status atual da indústria audiovisual mundial e o futuro dos filmes e séries de super-heróis. O evento acontece em João Pessoa, até o domingo (30)

“Anos atrás, quando estávamos no início dos filmes do 'Homem-Aranha', por exemplo, era fascinante o quanto nós estávamos entusiasmados em levar as HQs para os filmes. Com o passar dos anos, esses filmes foram muito importantes para todos nós - especialmente para atores como eu, ‘atores que precisam trabalhar’, que não temos um nome global. Esses filmes nos ajudaram bastante. Mas hoje, precisamos nos preocupar em fazer não apenas filmes de heróis, mas filmes de heróis com qualidade”, disse Ramsey.

Segundo Julie, a necessidade de fazer filmes interessantes reforça a importância da greve do Sindicato dos Atores, atualmente em voga.

“Acho que os problemas dos filmes de super heróis hoje - questões relativas a gráficos, animações, roteiros - estão visíveis para todos. Por isso, neste momento, a não ser que reforcemos a nossa greve e pedir por condições melhores, a qualidade desses filmes vai sim decair. É uma questão de pagar às pessoas o que elas merecem para que elas não precisem ter 3 empregos, e para que possamos ter eventos como este, que dão visibilidade a todos nesta indústria”, concluiu Julie.

Expandindo a discussão, David Ramsey afirmou que o público está cada vez mais exigente.

“Acho que talvez haja no público um cansaço em relação a filmes de heróis - mas porque elas não querem filmes medíocres, como ocorre com qualquer outro gênero. Há uma demanda massiva para histórias de qualidade, e a questão é: como produzir em massa - porque é isso que ocorre - de maneira que essas histórias continuem interessantes?”, disse o ator.

Para David, o atual momento da indústria contrapõe atores e roteiristas aos executivos dos grandes estúdios.

“Certamente há um debate entre criadores e executivos. Você precisa abraçar os artistas, os roteiristas e cuidar deles. Precisamos ter certeza de que há pessoas criativas dirigindo os estúdios. Dessa maneira, conseguiremos proteger as histórias que importam tanto para nós”, concluiu.