Silvero interpreta Belchior e reflete sobre xenofobia, em João Pessoa

Silvero Pereira apresenta, neste sábado (3), em João Pessoa, o espetáculo ‘Silvero interpreta Belchior’. Em entrevista à TV Cabo Branco, o ator afirmou que o show resgata clássicos do compositor cearense e busca contar uma história sobre o nordestino em busca de reconhecimento.

“Belchior falou muito sobre preconceito e por isso que a gente fala sobre esse lugar do atemporal dele porque isso não mudou tanto. A gente venceu algumas batalhas, mas o preconceito ainda existe bastante, principalmente neste lugar de migrar”.

Silvero Pereira destacou que atualmente nem sempre os artistas precisam migrar para o Sudeste em busca de reconhecimento, como foi o caso de Belchior, que saiu de Sobral, no interior do Ceará.

“Acho que a gente venceu muitas batalhas pq hoje há tantos artistas, inclusive paraibanos, pernambucanos, que continuam vivendo nas suas cidades, como meu caso, por exemplo, que sou um artista hoje considerado nacional, mas continuo morando em Fortaleza. Sob essa perspectiva de que a gente não precisa mais migrar para ser validado como artista. A gente pode ser reconhecido nacionalmente ainda vivendo em nosso espaço”.

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Continuando a falar sobre a questão dos nordestinos que migram para outras regiões, Silvero Pereira citou a música ‘Fotografia 3x4’ de Belchior, que está no repertório do show.

“Fotografia 3x4 é uma música sobre xenofobia. O policial que faz chacota com a foto no RG, com o nome da minha cidade, ‘eu aprendi na dor o que é amar’, assim foi muito sofrimento pra ser o artista que ele foi, então eu acho que é isso assim. É um show que faz as pessoas pensarem o que a gente mudou de 1976 pra cá".

Além de interpretar, Silvero roteirizou e dirigiu o espetáculo. Os ingressos estão à venda pela internet. Sobre o roteiro, o artista ressaltou que a história contada também é a de sua vida.

“Roterizei esse show pensando nas canções exatamente na ordem de uma história que eu quero contar. Essa história não é só dos clássicos do Belchior, é uma história sobre o Silvero também. Esse rapaz, latinoamericano, cearense, que sai da sua cidade em busca do desejo de se tornar artista, de talvez mudar as coisas, de amar as coisas”.