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QUAL A BOA?

Sotaque neutro: Juliette desabafa e levanta debate nas redes sociais

Tudo começou nesta sexta-feira (10), quando ela desabafou que foi convidada para dublar um filme, mas pediram que neutralizasse o sotaque. JORNAL DA PARAÍBA conversou sobre o tema com especialista em voz.

Publicado em 11/06/2022 às 15:12


                                        
                                            Sotaque neutro: Juliette desabafa e levanta debate nas redes sociais
Juliette desabafa sobre pedido para neutralizar o sotaque. Foto: Reprodução/Instagram

O assunto ‘sotaque neutro não existe’ foi parar entre os mais comentados das redes sociais, após um desabafo de Juliette Freire. Figuras públicas como o ator Thardelly Lima e até o governador João Azevêdo se manifestaram. Tudo começou nesta sexta-feira (10), quando ela desabafou que foi convidada para dublar uma animação, mas pediram que neutralizasse o sotaque, solicitação que foi negada pela paraibana.

“Eu respondi que não tem como neutralizar o meu sotaque, porque não existe sotaque neutro. (...) Eu só acho importante e necessário estar num filme, fazer uma dublagem, porque uma criança vai escutar e vai se sentir representada".

Após este desabafo, surgiu um debate na internet sobre a existência ou não de um sotaque neutro. Usuários das redes sociais, inclusive figuras públicas, como o ator paraibano Thardelly Lima, comentaram a problemática em torno desta noção.

Thardelly compartilhou uma poesia falando sobre como o sotaque é um cartão de visita. O vídeo foi compartilhado pelo governador da Paraíba João Azevêdo (PSB), que escreveu: "limitar nosso sotaque é limitar a história. Não existe sotaque neutro!".

O doutor em Direito Internacional Jeff Nascimento, explicou que "falar em 'sotaque neutro' faz tanto sentido quanto falar em 'time de futebol neutro'. Se nem em SP, um dos exemplos de 'neutralidade', o falar é homogêneo, quem dirá no Brasil. Ou vc acha que os paulistanos Mano Brown e Luciano Huck têm o mesmo sotaque?". 

De acordo com a fonoaudióloga e especialista em voz Celiane Ugulino, as pessoas podem reduzir expressões e entonações específicas de um sotaque, mas continuar com o modo de falar natural de sua região. Porém, muitas vezes, quando falam em neutralizar, na verdade acrescentam características do modo de falar da região sudeste.

“Às vezes ela coloca algumas características do sotaque do sudeste, como se a pessoa para neutralizar aquele sotaque, ela precisasse falar como outra região. Por exemplo, a gente não tem esse fonema chiando, o ‘bom dxia’”.

Os paraibanos, como Juliette, não ‘chiam’ nas consoantes ‘t’ e ‘d’ e falam as vogais ‘e’ e ‘o’ abertas, como se tivessem com um acento agudo, diferentemente de outras regiões do país, que pronunciam como se houvesse um acento circunflexo.

Celiane destaca que atualmente essa questão já está mudando. "A fonoaudiologia veio dos grandes centros, região Sudeste, São Paulo, e se expandiu para outras regiões. Então, a referência que se tinha era essa, ainda bem que essas coisas foram modificando". 

Essa suposta neutralidade, contudo, não costumava ser exigida no humor. Pelo contrário, nordestinos, por muitos anos, viram seu modo de falar retratado de forma caricata ou exótica.

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Luana Silva

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