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SAÚDE

‘Doença do beijo’: o que é o vírus Epstein-Barr, diagnosticado em Anitta

Vírus da doença do beijo é comum e atinge cerca de 90% das pessoas adultas, mas em casos raros pode ser fator para diagnóstico de esclerose múltipla.

Publicado em 06/12/2022 às 11:14 | Atualizado em 06/12/2022 às 11:46


                                        
                                            ‘Doença do beijo’: o que é o vírus Epstein-Barr, diagnosticado em Anitta

A cantora Anitta revelou na segunda-feira (5) que foi diagnosticada com o vírus Epstein-Barr (EBV), causador da mononucleose infecciosa, também conhecida como a “doença do beijo”, uma infecção que, quando não é assintomática, tem sintomas leves e semelhantes aos de um resfriado. Apesar de ser bastante comum, chegando a atingir 95% das pessoas em idade adulta, segundo pesquisas feitas nos Estados Unidos, o vírus pode ser responsável por doenças mais graves, como a esclerose múltipla, que é autoimune e mais rara.

O que é a “doença do beijo”

De acordo com o neurologista Rafael Gonçalves, a mononucleose é uma doença infecciosa causada pelo EBV e transmitida através da saliva. Apesar do nome popular, não é apenas o beijo que causa a contaminação, que pode ocorrer por meio do uso compartilhado de talheres, copos, entre outros utensílios. 

“É uma doença que tem sintomas leves. Geralmente um quadro gripal com tosse, febre, dor de garganta, coriza, fraqueza, e cansaço, podendo até mesmo ser assintomática. Como os sintomas se parecem muito com os de várias outras síndromes gripais, ela só é identificada por meio de exames específicos”, disse o médico.

A “doença do beijo” é comum em crianças, quando a maioria das pessoas tem o contato com o vírus pela primeira vez, mas também atinge principalmente o público entre 15 e 25 anos. A maior parte dos casos confirmados acontece após eventos com muita gente, como o Carnaval. 

Evolução e tratamento

De acordo com o neurologista, a maior parte das pessoas vai se curar da mononucleose em poucas semanas. O tratamento é de suporte, para reduzir os sintomas, e a recuperação depende do sistema imunológico dos pacientes. 

“Não tem um tratamento específico, as medicações são todas para tratar os sintomas, aumentar a imunidade e melhorar o curso da doença”, explica.

Em poucos casos, segundo o Ministério da Saúde (MS), a doença pode evoluir para sintomas prolongados, o que faz com que os pacientes levem mais tempo para recuperar os níveis de energia anteriores. Em casos graves, quando há complicação com obstrução das vias aéreas ou risco de hemorragia, há o tratamento com corticóides, segundo o MS. 

Relação com a esclerose múltipla

Apesar de ser uma doença autoimune, a esclerose múltipla pode, em casos raros, estar associada ao diagnóstico do vírus Epstein-Barr, como foi o caso da atriz Ludmila Dayer, que falou sobre as doenças durante uma transmissão ao vivo nas suas redes sociais. 

“Precisamos tranquilizar as pessoas de que não há ainda, uma relação direta entre os diagnósticos. Não é apenas ter contato com o EBV que vai causar automaticamente a esclerose, tanto é que o vírus é muito comum enquanto que a esclerose é bastante rara”, explica Rafael Gonçalves.

De acordo com o neurologista, a esclerose múltipla é uma doença neurológica, inflamatória e autoimune, e que é preciso que o paciente tenha uma predisposição individual para desenvolvê-la. 

Ainda não há uma confirmação oficial de que o EBV cause esclerose múltipla, mas existem hipóteses científicas com evidências fortes sobre esta relação. Em janeiro, uma pesquisa da Universidade de Harvard, com mais de 10 milhões de pessoas, concluiu que praticamente todos os casos de esclerose estudados aconteceram após uma infecção pelo EBV. 

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Jornal da Paraíba

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