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SAÚDE

Burnout: saiba como reconhecer os sinais no trabalho e na universidade

Série do Bom Dia Paraíba mostra como esgotamento tem afetado trabalhadores e estudantes. Burnout pode ansiedade e perda de interesse pelas atividades.

Publicado em 28/10/2025 às 7:10


				
					Burnout: saiba como reconhecer os sinais no trabalho e na universidade
A obra "Sociedade do Cansaço" ajuda a entender problemas da sociedade atual.Foto: Reprodução/Unsplash. A obra "Sociedade do Cansaço" ajuda a entender problemas da sociedade atual. Foto: Reprodução/Unsplash

Está em vigor no Brasil desde o dia 1º de janeiro de 2025 a nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre as principais mudanças está a inclusão da Síndrome de Burnout como uma doença ocupacional, resultado do estresse crônico relacionado ao trabalho.

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A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional caracterizado por exaustão extrema, estresse e esgotamento físico e mental. A palavra “burnout” vem do inglês ("burn", que significa "queimar" e out, que significa "por completo") e descreve a sensação, segundo especialistas, de “queimar até o fim”, quando a pessoa chega ao limite da capacidade física e emocional.

A principal causa é o excesso de trabalho, especialmente em ambientes de alta pressão, cobrança e responsabilidade. Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com algum tipo de doença mental relacionada ao trabalho, colocando o país na segunda posição mundial em casos de burnout.

Sintomas e diagnóstico de Burnout

A síndrome costuma se desenvolver de forma gradual e pode ser confundida com cansaço passageiro. Com o tempo, os sintomas se intensificam e comprometem a qualidade de vida. A psicóloga Eimy Rocha, especialista em estresse e saúde mental nas empresas, explicou que os sintomas podem ser tanto emocionais quanto físicos: “Geralmente envolvem um cansaço extremo e uma falta de conexão com o próprio trabalho. O trabalho continua sendo importante, mas a pessoa se vê desconectada da sua produção. Como o burnout é o auge do estresse crônico que não foi gerenciado, o corpo passa a responder com irritabilidade, dores de cabeça, baixa libido e até dermatites. É o efeito direto do excesso de cortisol e adrenalina circulando”.

Entre os principais sinais estão:

  • cansaço físico e mental constante
  • dificuldade de concentração
  • alterações no sono e no apetite
  • irritabilidade e mudanças repentinas de humor
  • sensação de fracasso ou incompetência
  • dores musculares e de cabeça frequentes
  • isolamento social
  • negatividade persistente
  • problemas gastrointestinais e aumento da pressão arterial

De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome também pode evoluir para depressão profunda, sendo essencial procurar ajuda logo nos primeiros sinais. O diagnóstico é feito por psiquiatra ou psicólogo, a partir de uma avaliação clínica. O tratamento geralmente envolve psicoterapia, podendo incluir o uso de antidepressivos ou ansiolíticos, conforme orientação médica.


				
					Burnout: saiba como reconhecer os sinais no trabalho e na universidade
Thaynara Goulart foi entrevistada na série Jornada Mental e relatou burnout acadêmico. Diogo Pinheiro/TV Cabo Branco

Esgotamento no ambiente acadêmico

O fenômeno também tem sido observado fora do ambiente corporativo por estudantes, especialmente os que enfrentam alta carga de estudos, competitividade e pressão por desempenho. Segundo a psicóloga Eimy Rocha, o mesmo esgotamento pode ocorrer entre pessoas que vivem intensamente o meio acadêmico

“Pessoas que seguem a carreira acadêmica trabalham com o estudo, com produção intelectual. Então, pode sim haver um burnout que vem desse ambiente acadêmico, da própria rotina de pesquisa e da pressão por resultados”, explicou Eimy. A exaustão mental, o desânimo e a dificuldade de concentração são sinais de alerta. Assim como no caso profissional, o acompanhamento psicológico é essencial para evitar agravamentos.

Como prevenir burnout

A psicóloga Eimy Rocha reforçou que o descanso é parte essencial da produtividade e não o oposto dela. "É importante que cada um observe a sua relação com o trabalho e com o descanso, porque o descanso faz parte da produtividade. Quando você consegue parar e absorver o que produziu, consegue produzir melhor, e nem sempre em maior quantidade. O trabalho não pode ser a sua vida, ele precisa ter uma proporção equilibrada dentro das outras áreas da sua rotina”, orientou.

Existem medidas simples, mas eficazes, para prevenir o burnout:

  • estabelecer limites entre vida pessoal e trabalho
  • reservar tempo para lazer e descanso
  • praticar atividades físicas regularmente
  • conversar com pessoas de confiança sobre o que sente
  • evitar o uso de álcool e outras substâncias para aliviar o estresse
  • procurar ajuda profissional ao notar sinais persistentes de cansaço ou desmotivação

Onde buscar ajuda

Quem enfrenta sinais de esgotamento pode procurar ajuda gratuita em serviços públicos de saúde:

- CAPS (Centro de Atenção Psicossocial): indicado para situações mais graves ou persistentes de sofrimento mental. Os CAPS oferecem atendimento individual e em grupo, com equipe multiprofissional, e trabalham para a reabilitação e reinserção social. Existem modalidades específicas (Caps I, II, III, AD e AD III), conforme o tamanho da população e o tipo de demanda. É gratuito, através do Sistema Único de Saúde (SUS), com acompanhamento psicológico e psiquiátrico. É possível buscar orientação na USF (Unidade de Saúde da Família) mais próxima. Lá, o usuário passa por uma escuta inicial e a equipe avalia a melhor forma de cuidado, podendo ser o encaminhamento para um CAPS, para uma consulta com psicólogo ou psiquiatra em uma policlínica.

- Ambulatório Juliano Moreira: localizado no Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, no bairro da Torre, em João Pessoa, oferece atendimento psicológico, psiquiátrico e práticas integrativas. O acesso é espontâneo, ou seja, não é preciso encaminhamento, e o serviço funciona todos os dias da semana.

- Situações de crise em saúde mental: o atendimento pode ser feito no Pronto de Atendimento em Saúde Mental (PASM), na rua Cel. Benevenuto Gonçalves da Costa, em Mangabeira, que atende João Pessoa e região metropolitana, ou no Espaço de Atenção à Crise (EAP), do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, localizado na Avenida Dom Pedro II, no bairro da Torre.

- CVV (Centro de Valorização da Vida): oferece atendimento gratuito, anônimo e 24 horas por telefone (188) ou no site cvv.org.br.

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Thay Alves

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