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SAÚDE

Entenda a diferença entre doula, enfermeira obstetra, fisioterapeuta pélvica e psicóloga obstetra

Jornal da Paraíba conversou com especialistas de cada área para esclarecer as diferenças entre cada profissão que presta assistência ao parto.

Publicado em 02/07/2023 às 9:34


                                        
                                            Entenda a diferença entre doula, enfermeira obstetra, fisioterapeuta pélvica e psicóloga obstetra
Enfermeiras obstetras, doulas, psicólogas obstetras e fisioterapeutas pélvicas podem atuar na assistência ao parto. Foto: Morganna Guedes/Arquivo pessoal

Com uma nova lei municipal sancionada na última terça-feira (27), que permite a presença de psicólogas obstetras durante o trabalho de parto, parto e pós parto em maternidades, casas de parto e hospitais da rede pública e privada de João Pessoa, cresce a dúvida entre quais são as diferenças entre as especialidades que, além dos médicos, podem atuar na assistência ao parto - enfermeiras obstetras, doulas, fisioterapeutas pélvicas e psicólogas obstetras.

O Jornal da Paraíba conversou com profissionais das áreas para explicar o que cada um faz e quais as diferenças entre eles. Confira:

Psicóloga obstetra

A psicóloga obstetra compreende os aspectos em torno do nascimento e da saúde mental materna e paterna, ou seja, de todo ciclo gravídico puerperal, gestação, parto puerpério, luto parental, infertilidade, reprodução assistida e o contexto da uti neonatal, de acordo com a psicóloga obstetra Jessica Cavalcanti.


				
					Entenda a diferença entre doula, enfermeira obstetra, fisioterapeuta pélvica e psicóloga obstetra
Psicóloga obstetra presta assistência relacionada à saúde mental durante o parto. Foto: Jessica Cavalcanti/ Arquivo pessoal. Psicóloga obstetra presta assistência relacionada à saúde mental durante o parto. Foto: Jessica Cavalcanti/ Arquivo pessoal

Esse profissional pode atuar de forma particular, com atendimento individuais ou em grupo a mulheres, homens, casais e famílias, ou em clínicas multiprofissionais e em contexto hospitalar, atuando com obstetras, enfermeiras, fisioterapeutas, e doulas, seja em contexto público ou privado.

Jessica explica que existem diferenças bem demarcadas entre as áreas citadas na matéria, e que o foco da psicologia obstétrica é a saúde mental e emocional a partir de uma perspectiva psicopatológica, podendo trabalhar junto com mulheres, homens e famílias, questões relacionadas a investimento psíquicos, ideais e fantasias relacionadas à chegada do bebê. Também tratando de aspectos da depressão, baby blues, ansiedade e psicose puerperal.

Durante o trabalho de parto, parto e pós parto, a psicóloga obstetra presta assistência à pessoa grávida a partir de recursos que já foram desenvolvidos em atendimentos durante o período gestacional de acordo com o histórico emocional e dos fatores psíquicos de risco da pessoa grávida, bem como em situações de assistência psicológica de urgência para a diminuição da ansiedade e a vinculação da parturiente com seu acompanhante e o bebê.

No pós-parto, a psicóloga obstetra, conforme Jessica relatou, auxilia a mulher e a família no trabalho de reconstrução e desinvestimento psíquico nas expectativas que foram construídas em torno do bebê e do lugar parental. 

Observando sinais e aspectos emocionais relacionados aos baby blues, fenômeno natural que pode durar de 15 a 20 dias no período do puerpério que apresenta um conjunto de sintomas como angústia, oscilação de humor, tristeza e irritação.

Outro aspecto importante da atuação da psicóloga é a observação dos sinais relacionados a depressão pós-parto em que a paciente pode apresentar tristeza e irritabilidade e esses sintomas podem se intensificar após o nascimento do bebê e persistem por período maior do que o do baby blue, impossibilitando a realização de tarefas do dia a dia, com sentimentos de humor deprimido e falta de esperança.

Comentando sobre a lei que foi publicada na terça-feira (27), Jéssica relata que o texto afeta de maneira positiva a vida das psicólogas obstetras. "Garantindo a atuação e assistência permanente à parturiente que, durante a pandemia do Covid-19, não foi recomendada por outros profissionais e instituições de saúde". 

Fisioterapeuta pélvica

A fisioterapia pélvica é uma especialidade que atua na reabilitação das disfunções do assoalho pélvico, que é o conjunto de órgãos e ligamentos que sustentam a bexiga, útero, intestino e tudo que fica na região baixa do abdômen, segundo a fisioterapeuta pélvica Áurea Linhares.


				
					Entenda a diferença entre doula, enfermeira obstetra, fisioterapeuta pélvica e psicóloga obstetra
Fisioterapeuta pélvica pode auxiliar com exercícios de mobilidade durante o trabalho de parto. Foto: Áurea Linhares/Arquivo pessoal. Fisioterapeuta pélvica pode auxiliar com exercícios de mobilidade durante o trabalho de parto. Foto: Áurea Linhares/Arquivo pessoal

A diferença da fisioterapia pélvica e as outras especialidades se dá porque a fisioterapia pélvica trabalha prevenindo e tratando possíveis disfunções músculo esqueléticas que podem ocorrer durante a gestação e no pós parto.

Ainda conforme Áurea explicou, o papel da fisioterapia durante a gestação é auxiliar e minimizar os desconfortos causados pelo período gestacional, onde os exercícios de cinesioterapia, terapia manual contribuem para diminuição de dores lombo pélvicas, sacro ilíaca, ciática e alterações genitourinárias.

Já no trabalho de parto, a gestante precisa de encorajamento para se movimentar durante as contrações para facilitar a descida do bebê. O fisioterapeuta irá auxiliar com exercícios de mobilidade pélvica, recursos não farmacológicos para alívio da dor, técnicas manuais, além de adotar posturas para favorecer o encaixe e expulsão desse bebê. 

No pós-parto, o fisioterapeuta pélvico atua restabelecendo o corpo as suas funções normais, reeducando a função respiratória, vascular e gastrointestinal, além de promover analgésico para região do períneo ou na incisão da cesariana, reeducando a função abdominal que foi sobrecarregada durante todo o período gestacional e oferecemos orientações com relação à amamentação e os cuidados com o bebê.

Enfermeira obstetra ou parteira

A enfermagem obstétrica é uma especialidade dentro da enfermagem, onde os profissionais atuam desde cuidado feminino, pré-concepção, gestação, parto e no pós-parto até os dois anos de vida do recém nascido, conforme explicou a enfermeira obstetra Morganna Guedes. 


				
					Entenda a diferença entre doula, enfermeira obstetra, fisioterapeuta pélvica e psicóloga obstetra
Enfermeira obstetra, ou parteira, atua diretamente na parte técnica assistencial do parto. Foto: Morganna Guedes/Arquivo pessoal. Enfermeira obstetra, ou parteira, atua diretamente na parte técnica assistencial do parto. Foto: Morganna Guedes/Arquivo pessoal

Tendo reconhecimento do Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde como provedores de uma assistência baseada em evidências, respeitosa, cuidadosa, diminuindo drasticamente a morbimortalidade materna e neonatal. Morganna exemplifica que há estudos que comprovam que a atuação de enfermeiras obstetras nas instituições de saúde, resulta em grande impacto na satisfação e desfechos favoráveis dos partos e nascimentos.

E que, a enfermeira obstetra, ou só EO, atua diretamente na parte técnica assistencial, avaliando sinais vitais materno e fetal, diagnosticando e prevenindo complicações, tais quer seja no pré-natal, parto ou pós-parto. Além de agir e salvar vidas em situações de urgências e emergências, que necessitem de sua presença e intervenção. 

Já sobre o papel da enfermeira obstetra durante o trabalho de parto e parto, Morganna explica que a presença de parteiras resulta em cuidado seguro e respeitoso. A enfermeira exemplificou que a Agência Nacional de Saúde (ANS) tornou obrigatório o acompanhamento pré-natal com enfermeiras obstetras.

A EO tem na veia a arte de partejar. Ela é sensível na presença, no cuidado e até mesmo na intervenção. Tem papel decisivo na redução de cesáreas, ofertando apoio durante o trabalho de parto, gerando vínculo afetivo e suporte junto a família. Lembrando que a enfermeira obstetra tem total capacidade de atender o parto e nascimento, quer seja em hospital ou fora dele. Em João Pessoa temos a primeira e única casa de parto privada do Nordeste, onde atuação 100% da enfermagem obstétrica”, a enfermeira explicou.

Ainda segundo Morganna, após o parto, a enfermeira obstetra atua com o cuidado puerperal, baseando-se na redução de complicações ou desfechos negativos, desde prevenção e/ou boa condução nas hemorragias, que mais mata puérperas no mundo, apoio à amamentação, atendimento ao recém nascido ofertando um bom exame físico e realizando triagens neonatais, cuidados com períneo ou ferida operatória. 

“Além de integrar outros profissionais nesse processo para ajudar na mente, corpo e a rede de apoio da mulher. Portanto somos nós, EOs que ficamos com mais ênfase nesses primeiros 30/40 dias gerando suporte e presença nessa fase tão desafiadora”, Morganna falou.

Doula

Doula é uma profissional que tem como objetivo prestar suporte informativo, físico e emocional à pessoa grávida, se estendendo também para quem está acompanhando a pessoa grávida no trabalho de parto. E de acordo com a doula Ana Carla Jaqueira, esse suporte é dado através da educação perinatal, uma preparação para o parto, amamentação e o puerpério.


				
					Entenda a diferença entre doula, enfermeira obstetra, fisioterapeuta pélvica e psicóloga obstetra
Doula é uma profissional que tem como objetivo prestar suporte informativo, físico e emocional à pessoa grávida. Foto: Ana Carla Jaqueira/Arquivo pessoal. Doula é uma profissional que tem como objetivo prestar suporte informativo, físico e emocional à pessoa grávida. Foto: Ana Carla Jaqueira/Arquivo pessoal

A principal diferença em relação às outras profissões já citadas é que as outras áreas são profissionais da saúde, são pessoas com formação para cuidar da saúde física e mental. Já a doula, ela não precisa ter essa formação, mas ela precisa ter passado por um curso profissionalizante e com certificado de formação para doulas.

Ana exemplifica que em comparação com a enfermagem obstétrica, que acompanha toda trajetória da paciente e podendo fazer pré-natal, a doula não é responsável pelo bem estar clínico da mulher e nem do bebê e sim de acolher essas pessoas e prestar assistência informativa e mental.

Ana Carla explica que, o trabalho da doula acontece antes mesmo da pessoa grávida entrar em trabalho de parto. Durante a gestação, a doula atende essa pessoa e lhe educa, sobre os processos da gravidez.

Já durante o trabalho de parto, a doula é a profissional que como suporte emocional da pessoa grávida e que por não ter envolvimento na assistência técnica pode olhar para a gestante de maneira mais humanizada e aplicar métodos não farmacológicos para o alívio da dor, como massagens, aromaterapia, compressas quentes que diminuem as dores do trabalho de parto e das contrações.

A gente fala tanto da humanização do parto e um dos pilares da humanização do parto é, justamente, a equipe, uma assistência multidisciplinar. E cada profissional desse tem um papel importante e um olhar diferente para a mulher nesse processo", Ana Carla relatou.

No pós-parto, de acordo com Ana Carla, a doula atua como suporte emocional seja no hospital ou casas de parto, onde a mulher tiver escolhido dar à luz, a doula oferece suporte, caso necessário, com amamentação, demandas emocionais, preocupações, cuidados com o bebê. A doula vai estar à disposição de forma além do presencial. Ana Carla fala que "a partir do momento que uma mulher tem uma doula, já na gestação, ela fica a disposição todo o tempo para sanar dúvidas, via Whatsapp, ligação, como seja".

Caso a pessoa grávida acabe perdendo o recém-nascido, a doula pode atuar de maneira ainda mais presente se for do desejo da família, no sentido de acolher a mulher e a família no momento de dor, dialogando com eles caso a mulher a família estiver disposta a isso, auxiliando no processo do luto. Ainda nesse processo, a doula ajuda a pessoa grávida a buscar outros profissionais que possam ajudá-la nesse momento.

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Katharina Moura

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