'Fumar cotonete': pneumologista alerta para perigos da prática que virou trend no TikTok

“Fumar cotonete” é a nova moda dos jovens nas tendências da rede social TikTok. Várias pessoas estão colocando vídeos na plataforma onde aparecem utilizando o objeto de higiene pessoal para atear fogo no lado do algodão e colocar na boca o outro lado. No entanto, especialistas em saúde alertam para os riscos que a nova ‘trend’ traz à saúde de quem a pratica. 

Em conversa com o JORNAL DA PARAÍBA, o médico pneumologista Bruno Braga, do Hospital São Luiz, da capital paraibana, ressaltou os malefícios que o ato pode trazer à saúde de quem o pratica. 

“Os malefícios são provenientes da queima  do algodão e do plástico, que são os materiais que o cotonete é feito. São malefícios agudos, como sintomas oculares, sintomas na via aérea proximal, que é a garganta, e via aérea distal, que é pulmão e brônquios”, ressaltou o especialista. 

Quanto aos elementos químicos liberados na queima do cotonete, citados pelo pneumologista, ele destaca que podem gerar doenças, inclusive o câncer. “Provavelmente esses elementos químicos geram substâncias cancerígenas, mas a longo prazo a gente não sabe, é algo novo, que não deve perdurar”. 

Além disso, Bruno Braga frisou que ‘fumar cotonete’ traz mais problemas para pessoas que já têm doenças respiratórias prévias e praticam o ato mesmo assim. “O paciente asmático, o paciente que tem alguma hipersensibilidade da via aérea, que tem sinusite, fumando um cotonete desses pode precipitar uma crise, que pode acarretar problemas sérios e precisar de atendimento médico de urgência”, disse. 

O pneumologista também lembrou que o famoso ‘barato’ que pode ser uma das grandes motivações para as pessoas fazerem isso, não é um dos efeitos para quem fuma cotonete.

Não traz nenhum barato, não traz nada de alteração no sistema nervoso central, nada. Somente traz irritação pela fumaça e cheiro ruim mesmo”. 

Classificado como ‘modinha’ pelo médico, ‘fumar cotonete’ deve ser uma tendência passageira, mas mesmo assim recomendações devem ser tomadas para que mais pessoas não pratiquem o ato. “Acho que é uma ‘modinha’ que vai acabar, e quem faz isso precisa parar urgentemente, porque não vai a lugar nenhum”, concluiu.