SAÚDE
Superimunes: genes podem explicar porque tem gente que não pega covid
Publicado em 07/02/2022 às 18:49 | Atualizado em 05/02/2024 às 11:31
Genes podem explicar os superimunes à covid, foi o que propôs pesquisa da USP de São Paulo.
Com média móvel acima de 3mil casos nos últimos dias, estamos vivendo uma avalanche de novos casos de covid-19 diariamente. Na minha família, sei de duas pessoas que nesse momento estão com covid-19 em isolamento. Entre os amigos, são inúmeros. Colegas de trabalho, aí já perdi a conta. Parece que todo mundo está positivando esses dias.
Mas vez por outra me surpreendo com pessoas que convivendo com infectados pela covid e simplesmente não adoecem. Seguem assintomáticas e testes milagrosamente negativos. O que será que explicaria esses ¨superimunes¨?
Essa pergunta começou a ser esclarecida ano passado por um grupo de geneticistas da USP. Eles mapearam cercada 86 casais, onde só um teve a doença e o outro saiu ileso, mesmo convivendo no mesmo ambiente.
Como foi feita a pesquisa
Os pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da USP analisaram o material genético de 86 casais onde só um dos parceiros foi infectado pelo novo coronavírus com quadro sintomático, enquanto o outro indivíduo permaneceu assintomático e com resultado negativo para a Covid-19.
Essas células são da primeira linha de defesa imunológica. Esses leucócitos são capazes de reconhecer, neutralizar e destruir células contaminadas por invasores e ainda dão uma alerta para o corpo todo.
Genes podem explicar resposta diferente nos superimunes
Os genes descobertos pelos cientistas do departamento de Genética da USP, estão localizados no cromossomo 6 e são denominados MICA e MICB.
Os testes mostraram que as pessoas que não se infectam têm mais exemplares do MICB. Por outro lado, nas pessoas que pegaram a infecção, as moléculas MICA estavam aumentadas e as MICB diminuídas.
Essas moléculas podem levar o organismo a produzir substâncias que alteram a resposta do organismo. No casos dos superimunes, elas produzem substâncias que melhoram a função das células NK e por isso, muitos nem chegam a ficar sintomáticos quando adquirem a infecçao.
Como agem as natural killer
As células natural killer (termo oriundo do inglês Natural Killer Cell), também conhecidas como células exterminadoras naturais ou células NK são importantes na resposta precoce às células tumorais e infecções virais.
As células NK são formadas na medula óssea. Elas são um tipo de leucócito (glóbulo branco do sangue). Elas apresentam no seu interior inúmeros saquinhos com conteúdos de enzimas que são potentes armas contra qualquer invasor.
Quando eles percebem que o corpo foi invadido, eles destróem as células invadidas através da liberação dessas substâncias que provocam a ruptura da célula invadida e sua morte.
As células NK e os linfócitos T expressam numerosas moléculas de superfície semelhantes e exterminam as células infectadas e as células cancerígenas. por meio de mecanismos similares.
Ainda é cedo para dizer se fato essas pessoas não terão infecção em algum momento, muitas delas nem ficar sintomáticas.
O que sabemos até o momento, é que a reposta imunológica à covid-19 pode variar de indivíduo para indivíduo e que muito tem a ver com uma predisposição genética.
Só o estudo de todo genoma, ou seja, de todo nosso DNA poderia tirar essas dúvidas. Mas até lá, máscaras, vacinas é o que a gente tem segurança para afirmar que funciona de verdade.
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