SAÚDE
Miocardite pós vacina: o risco existe?
Publicado em 19/01/2022 às 13:28 | Atualizado em 05/02/2024 às 11:32
Existe mesmo o risco de miocardite com a vacina em crianças?
Diversos movimentos da sociedade tentam levar a informação que a vacina da Pfizer aumenta o risco de miocardite entre crianças e por isso o imunizante não seria seguro para essa faixa etária.
Em mais de 30 países em que já é utilizada, a vacina se mostrou segura para as crianças. Só nos Estados Unidos, segundo dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) até 7 de janeiro, 7 milhões de crianças entre 5 e 11 anos foram imunizadas com pelo menos uma dose. Em um estudo que acompanhou mais de 42 mil crianças, apenas 11 casos casos de miocardite foram relatados no pós-vacinação e sem nenhuma morte. Segundo a FDA esse é um evento adverso raro que não invalida a segurança dos imunizantes.
Num outro estudo dinamarquês publicado em novembro de 2021, entre mais de 250 mil crianças acompanhadas, foram registrados 15 casos de miocardite, sem nenhuma morte. O estudo concluiu que o imunizante poderia sim aumentar o risco de miocardite, mas o efeito disso diante da pandemia poderia ser desconsiderado, visto que o número de crianças salvas da covid é imensamente maior.
Mas o que é miocardite?
A miocardite é uma inflamação no tecido do coração geralmente causada por uma infecção viral. Os sintomas incluem dor no peito e falta de ar. Casos graves podem levar a insuficiência cardíaca. Normalmente, o tratamento é feito com medicamentos.
A Miocardite é uma inflamação no músculo do coração, geralmente secundária a um quadro viral, que pode acometer desde o bebê ainda na barriga da mãe até adultos e é a causa mais comum de dilatação e disfunção do coração na infância.
Dessa forma, o músculo cardíaco inflamado fica fraco e não consegue enviar sangue para o corpo e aí pode haver o que a gente chama de insuficiência cardíaca.
Diversos vírus podem causar miocardite. Entre eles, destacam-se aqueles responsáveis pelas gripes como adenovírus, influenza, vírus sincicial respiratório; os que causam diarreia, como os enterovírus, ou os que causam febre e vermelhidão na pele, como os vírus responsáveis pela rubéola, catapora e citomegalovirose.
A maioria dos casos de miocardite na infância, felizmente, tem uma boa evolução. Há recuperação total do coração em aproximadamente 66% dos casos e recuperação parcial em 10% dos casos.
A própria COVID-19 pode inflamar o coração
Sempre é importante lembrar que a própria covid-19 pode levar á inflamação do coração. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o risco de desenvolver miocardite durante a covid-19 é vinte vezes maior do que o risco de desenvolvê-la devido à vacina.
Além disso, o próprio FDA divulgou em dezembro, um estudo que mostrou que a incidência de miocardite entre jovens de 16 e 17 anos após a vacinação foi de apenas 0,007%. Sendo que este foi o grupo que apresentou a maior incidência da reação. Em crianças entre cinco e 11 anos, os dados do CDC mostram que entre 7,1 milhões de doses aplicadas até aquele momento (5,1 milhões de primeiras doses e 2 milhões de segundas doses), foram relatados 14 casos suspeitos.que entre 7,1 milhões de doses aplicadas, foram relatados 14 casos suspeitos, o que é uma taxa de um caso para cada 100 mil vacinados.
No fiel da balança o que dizem os estudos?
Então colocando na balança, quando se compara o risco de ter miocardite causada pela vacina e a miocardite causada pela própria covid-19, os estudos não deixam dúvida, vacina é o melhor a se fazer.
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