SAÚDE
Saúde alerta para riscos de mulheres grávidas transmitirem a Febre de Oropouche para os fetos
Nota técnica publicada pelo Ministério da Saúde alerta estados e municípios para o risco de transmissão vertical do vírus.
Publicado em 16/07/2024 às 10:23
Uma nota técnica publicada pelo Ministério da Saúde alerta estados e municípios para o risco de transmissão vertical do vírus Oropouche, que é quando uma mulher grávida infectada transmite a doença para o feto. A recomendação, assim, é para que haja uma intensificação da vigilância em saúde, principalmente em mulheres grávidas.
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Segundo a pasta, a medida foi adotada após o Instituto Evandro Chagas, que é ligado ao próprio ministério, detectar a presença de anticorpos do vírus em amostras de um caso de abortamento e de quatro casos de microcefalia. Isso significa que o vírus é passado da gestante para o feto, ainda que não seja possível afirmar que haja relação direta entre infecção, óbito e malformações neurológicas.
No documento, a pasta orienta que estados e municípios intensifiquem a vigilância nos meses finais da gestação e no acompanhamento dos bebês de mulheres que tiveram infecções por dengue, Zika, Chikungunya ou Febre de Oropouche. O ministério recomenda ainda coletas de amostras e preenchimento da ficha de notificação.
Já para a população, o pedido é para que as gestantes, sempre que possível, evitem áreas com a presença de maruins e outros tipos de mosquitos, instalem telas em portas e janelas, usem roupas que cubram a maior parte do corpo e apliquem repelentes.
Segundo as informações, o serviço de detecção de casos de Oropouche foi ampliado para todo o país em 2023, após o Ministério da Saúde disponibilizar testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen). Com isso, os casos, até então concentrados prioritariamente na Região Norte, passaram a ser identificados também em outras regiões do país.
Sintomas
Entre os sintomas da febre de Oropouche, estão febre de início repentino, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, além de tontura, dor na parte posterior dos olhos, calafrios, náuseas e vômitos. Em cerca de 60% dos pacientes, a febre e a dor de cabeça podem persistir por duas semanas. Não há tratamento para a doença e a prevenção é feita a partir da proteção contra os mosquitos transmissores.
A febre de Oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Depois disso, foram relatados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Também ocorreram registros da doença em países como Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela. Com a ampliação da investigação da infecção no país, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados.
Até o momento, apenas um caso foi confirmado em 2024 na Paraíba.
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