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SAÚDE ALERTA

Dia do Médico: a medicina entre a tela e o toque

A medicina brasileira mudou muito — e foi muito rápido.

Publicado em 18/10/2025 às 11:49 | Atualizado em 18/10/2025 às 12:38


				
					Dia do Médico: a medicina entre a tela e o toque
A medicina é o encontro entre a precisão da ciência e a fé na recuperação. André Telis

Há poucas décadas, o médico era uma figura quase lendária: conhecia cada paciente pelo nome, fazia visitas domiciliares e se guiava mais pelo olhar clínico do que por exames de imagem.

Medicina Digital

Hoje, o cenário é outro. A medicina é digital, acelerada, tecnológica — e, paradoxalmente, mais distante de quem mais precisa dela.

Segundo o Censo Médico 2024 do Conselho Federal de Medicina, o Brasil ultrapassou a marca de 600 mil médicos ativos.

A formação cresce de forma vertiginosa: são mais de 390 escolas médicas, o maior número do mundo.

Formamos mais de 40 mil médicos por ano, mas as vagas de residência não acompanharam o ritmo.

Isso significa que milhares de novos profissionais saem das faculdades sem espaço para se especializar — e, ao mesmo tempo, milhares de brasileiros continuam sem médico para chamar de seu.

A conta não fecha nem mesmo nas grandes cidades

Em João Pessoa, por exemplo, há cerca de 5 médicos para cada mil habitantes, número acima da média nacional (3,2) e bem superior ao mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 1 médico para cada mil pessoas.

Ainda assim, parte da população segue sem atendimento regular, principalmente nas periferias e na zona rural.

O problema não é mais a falta de médicos — é a má distribuição, a precarização e a desorganização do sistema.

Enquanto isso, o exercício da medicina também muda de forma

Consultórios se transferem para telas, e o toque se transforma em teleconsulta.

A pandemia acelerou a aceitação da telemedicina, uma ferramenta poderosa quando usada com responsabilidade — mas que não substitui a escuta e a presença.

A tecnologia aproxima, mas também pode afastar, se fizer o médico trocar o paciente pelo protocolo.

Nas redes sociais, outro fenômeno: médicos viram influenciadores, acumulam seguidores, respondem dúvidas em tempo real e combatem fake news.

A comunicação se democratizou — e isso é bom.

Mas é preciso cuidado para que o palco digital não se sobreponha ao compromisso ético.

A medicina não pode virar performance

Divulgar informação é serviço público; fazer autopromoção é risco para a credibilidade da profissão.

E no meio disso tudo está o médico: sobrecarregado, cobrado, conectado o tempo inteiro.

Entre o jaleco e o celular, entre o plantão e o post, entre o algoritmo e o afeto.

A nova medicina pede novas habilidades — mas o mesmo coração.

Neste Dia do Médico, mais do que comemorar, é hora de refletir.

A profissão evoluiu, o conhecimento multiplicou, os recursos cresceram.

Mas a essência é a mesma: a medicina continua sendo o encontro entre a ciência e a compaixão, entre a técnica e o toque.

E talvez, no meio de tantas telas, o maior desafio seja justamente esse: não perder o contato.

Dr. André Telis

Médico, Cirurgião cardíaco e apresentador do Saúde Alerta – Jornal da Paraíba / CBN João Pessoa

A medicina é o encontro entre a precisão da ciência e a fé na recuperação

André Telis

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