SAÚDE ALERTA
Reflexões sobre o Dia do Homem: saiba por que os homens cuidam menos da saúde do que as mulheres
Medo do diagnóstico e desconforto com procedimentos médicos estão entre as desculpas
Publicado em 16/07/2024 às 9:06 | Atualizado em 16/07/2024 às 9:26
Ontem, celebramos o Dia do Homem, uma data que, ironicamente, chega um pouco atrasada neste blog, mas que carrega consigo um propósito crucial: conscientizar sobre a importância da saúde masculina.
Dados recentes do Ministério da Saúde revelam que os homens brasileiros enfrentam desafios significativos em relação à saúde. A expectativa de vida masculina no Brasil é, em média, sete anos menor do que a das mulheres. Além disso, os homens apresentam taxas mais altas de mortalidade por causas evitáveis, como doenças cardíacas, câncer e acidentes, do que as mulheres.
Por que os homens evitam cuidados médicos?
As razões são variadas e complexas. Muitos homens foram socializados com a ideia de que precisam ser fortes e autossuficientes, o que pode dificultar a busca por assistência médica. O medo do diagnóstico e o desconforto com procedimentos médicos também contribuem para essa relutância.
A importância da conscientização contínua
Eventos como o Dia do Homem são fundamentais para destacar essas questões e encorajar os homens a cuidarem melhor de sua saúde. Não se trata apenas de consultas médicas regulares, mas também de promover hábitos de vida saudáveis, como alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e controle do estresse.
Dados alarmantes e a necessidade de mudança
Os dados de morbimortalidade masculina no Brasil revelam uma realidade preocupante. Homens têm maior prevalência de fatores de risco comportamentais, como consumo excessivo de álcool e tabagismo, que contribuem para o aumento das taxas de mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis.
Expectativa de vida
Em muitos países, incluindo o Brasil, a expectativa de vida dos homens é significativamente menor do que a das mulheres. No Brasil, por exemplo, a expectativa de vida ao nascer para homens é de cerca de 73 anos, enquanto para mulheres é aproximadamente 80 anos. Homens têm taxas mais altas de mortalidade por causas evitáveis, como doenças cardiovasculares, câncer de pulmão (devido ao tabagismo) e acidentes. Estas são frequentemente relacionadas a comportamentos de risco, como consumo excessivo de álcool, tabagismo e falta de busca por cuidados médicos preventivos.
Acesso aos Serviços de Saúde
Estudos mostram que os homens são menos propensos do que as mulheres a buscar cuidados médicos regularmente. Isso pode resultar em diagnósticos mais tardios e, consequentemente, em piores prognósticos para diversas condições de saúde.
Saúde Mental
Embora as taxas de tentativas de suicídio sejam mais altas entre as mulheres, os homens têm uma taxa de conclusão de suicídio significativamente maior devido a métodos mais letais escolhidos. Isso destaca a importância da saúde mental masculina e da necessidade de intervenções eficazes. Estes dados ilustram desafios significativos enfrentados pela saúde masculina e destacam a importância de campanhas de conscientização e políticas públicas voltadas para a promoção da saúde masculina em diferentes partes do mundo.
Pequenos passos, grandes mudanças
Incentivar pequenas mudanças pode ter um impacto significativo. Encorajar os homens a fazerem check-ups regulares, a adotar um estilo de vida saudável e a buscar ajuda médica quando necessário são passos essenciais para melhorar sua qualidade de vida e aumentar a expectativa de vida.
Portanto, mesmo com este pequeno atraso, o Dia do Homem nos lembra da importância vital de cuidar da saúde masculina. Vamos continuar promovendo uma mudança de mentalidade, onde cuidar de si mesmo não é sinal de fraqueza, mas sim de auto-respeito e responsabilidade. Com mais conscientização, políticas públicas adequadas e ações comunitárias, podemos construir um futuro mais saudável e equilibrado para todos os homens no Brasil.
André Telis de Vilela, é médico, cirurgião cardiovascular, doutor em medicina pela UNIFESP e professor da UFPB. Colunista de saúde do Jornal da Paraíba, Tv Cabo Branco e rádio CBN
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