Até 80% do cálcio em comprimidos é expelido pelo organismo

Segundo o médico Marco Smith, só 20% a 30% do cálcio ingerido em forma de comprimidos é absorvido pelo intestino. Os outros 70% a 80% são expelidos pelo organismo através das fezes ou vai se alojar em outros locais do organismo podendo ser na vesícula biliar ou nos rins e até nos vasos sanguíneos.

Mas, segundo Smith, o cálcio não eliminado no organismo pode acelerar a calcificação vascular e elevar a incidência de eventos cardiovasculares como o infarto do miocárdio. “Estudos publicados no jornal britânico British Medical Journal (BMJ) revelam os riscos da ingestão do cálcio além do necessário”, ressalta.

A recomendação diária de cálcio para adultos é de 700 miligramas por dia segundo o Food Drug Administratio (FDA). “A ingestão desse mineral proveniente da dieta é segura e mantendo esse consumo e obtendo a vitamina D da exposição regular ao sol junto com a simples caminhada, o cálcio é fixado nos ossos tornando os suplementos desnecessários para a maioria das pessoas”, afirma Smith.

A nutricionista Heloísa Helena Espínola defende a ingestão de cálcio em comprimido, e de vitamina D, mas argumenta que é preciso passar pela avaliação de um especialista para com base na história do paciente prescrever os medicamentos. “No caso da doença já instalada, é necessário a suplementação senão descalcifica os ossos”, relatou. Destacando também que “todo excesso é maléfico, pois pode provocar a formação de sais de cálcio e cálculo renal”.

Ela argumenta que é necessário a ingestão de 1,5 mil miligramas de cálcio ao dia para evitar osteoporose. O mineral fica mais bem absorvido em alimentos como leite e derivados, coalhada, iogurte, queijo, sardinha, além de alimentos verdes escuros, a exemplo de couve e brócolis.

Helena Espínola reforça a necessidade de atividade física e exposição solar como aliados da absorção do cálcio. “Para depositar o cálcio nos ossos é preciso caminhar ao sol pelo menos 20 minutos diários”, ensina. Mas, segundo a nutricionista, a atividade física é mais adequada para fortalecer os ossos e permitir a depositar o cálcio nos ossos.

Para a aposentada Maria do Carmo Nascimento, de 71 anos, a suplementação de cálcio e de vitamina D trouxe melhoria na qualidade de vida. “Eu sinto que minha saúde melhorou. Exames de densitometria óssea comprovam que a osteoporose diminuiu”, declarou. Maria explicou que passou a adotar os medicamentos a partir de prescrição de ginecologista, mas diz que passou a ingerir mais líquido e redobrou os cuidados em relação aos rins para evitar cálculo renal.