TECNOLOGIA
Cientistas estudam criação de pílula masculina
Os anticoncepcionais estão sendo feitos com base na interrupção de hormônios.
Publicado em 10/06/2012 às 8:00
Cientistas descobriram um gene fundamental na produção de esperma saudável. Esse avanço, de acordo com os pesquisadores da Universidade de Edimburgo, nos deixa mais próximos da possibilidade de desenvolver um novo método anticoncepcional masculino, sem os efeitos colaterais dos medicamentos disponíveis atualmente. Por exemplo, poderia ser produzido um fármaco anticoncepcional que interrompa a função desse gene de maneira reversível.
Os anticoncepcionais masculinos atuais estão baseados na interrupção da produção de hormônios, como a testosterona, e isto pode causar efeitos secundários, como irritabilidade, mudanças de humor e acne. Por isso, os métodos mais viáveis de contracepção masculina são as camisinhas ou vasectomia – que é permanente.
Esse novo gene, chamado de Katnal1, tem um papel importante na fertilidade masculina ao permitir que o esperma amadureça nos testículos. Ao conseguir regularizar suas funções nos testículos se poderia evitar que o esperma amadureça completamente, o que o tornaria sem efeito, sem necessidade de modificar os níveis hormonais.
A pesquisa também oferece informação importante para a busca de tratamentos para a infertilidade masculina quando esta é causada por mau funcionamento do gene Katnal1 que dificulta a produção de esperma. Os cientistas estavam pesquisando as causas da infertilidade masculina em ratos quando alteraram o código genético para ver se eles se tornariam estéreis.
"Se pudermos encontrar uma forma de chegar a este gene nos testículos, poderíamos potencialmente desenvolver um anticoncepcional não hormonal", afirma o doutor Lee Smith, que dirigiu o estudo. E, o mais importante, acrescenta o cientista, é que “os efeitos deste fármaco poderiam ser revertidos já que o Katnal1 só afeta as células que estão numa etapa mais avançada de desenvolvimento. Assim, não colocaria em perigo a produção de esperma em sua etapa inicial, nem na capacidade geral de produzir espermatozóides”.
De acordo com o professor Smith, “ ainda estão sendo feitas outras pesquisas sobre anticoncepcionais masculinos não hormonais", explicou o pesquisador.
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