TECNOLOGIA
Editora desbrava mercado digital e quer publicar paraibanos
É o caso do escritor pernambucano Fernando Farias, que está começando a desbravar o mercado de livros digitais no Nordeste.
Publicado em 08/03/2011 às 16:07
De Tiago Germano do Jornal da Paraíba
E-book, audiobook, iPad, Kindle... Quem defende que a morte do livro é uma crônica pra lá de anunciada costuma tremer diante destas palavras. Nem todos, é certo, sabem exatamente o que elas significam. Os que sabem, e que não se intimidam diante da ameaça que elas supostamente representam ao livro, dão a elas um significado bem diferente: o de ‘oportunidade’.
É o caso do escritor pernambucano Fernando Farias, que está começando a desbravar o mercado de livros digitais no Nordeste. Sua editora, a Navras, está abrindo espaço para autores de todo o Brasil que desejam publicar suas obras, inéditas ou não, em formato digital.
“Estamos explorando uma realidade relativamente nova, com pouco tempo de existência, mas que promete modificar o mercado editorial, que é ainda muito fechado”, afirma o escritor, que abriu os olhos para o negócio depois de observar que seus próprios livros costumavam vender muito mais na internet que nas próprias livrarias.
“Dos seis livros que publiquei ao longo de minha carreira, vendi aproximadamente 5 mil pela internet e uma quantidade irrisória nas livrarias”, aponta Fernando Moraes. “As obras digitais barateiam as edições, facilitam a distribuição do livro e melhoram o acesso ao leitor”, defende.
Segundo Moraes, a editora Navras está trabalhando intensamente período do Carnaval para até o dia 12 de março colocar no ar sua home page e começar a garimpar autores interessados em disponibilizar seus textos para venda e leitura em suportes eletrônicos.
“Temos uma cota de 50 publicações que será direcionada para autores paraibanos. Já estamos negociando com algumas lojas virtuais para colocar os produtos à venda. O site da editora, que ficará pronto nos próximos dias também irá oferecer os arquivos para download pago”, diz Fernando Farias, que acha que o livro convencional pode perfeitamente ‘conviver’ com o digital. “Havia uma hesitação de que o e-book fosse tomar o espaço do livro, mas na prática não é isso que está acontecendo. Os dois têm dividido o espaço e o público”.
O discurso da ‘morte do livro’ não é nenhuma novidade. No início do século 20, após a invenção do gramofone, o poeta Apollinaire sentenciou o seu fim imaginando que os bardos deixariam de publicar suas rimas em papel para gravá-las em discos. O livro, como é sabido, ainda não morreu. Enquanto isso, o livro digital, que acaba de nascer, começa a engatinhar.
Comentários