TECNOLOGIA
Especialista afirma que tomar cálcio é exagero
Médico adverte que os suplementos de cálcio tomados por pessoas idosas para combater a osteoporose e prevenir fraturas pode causar prejuízos à saúde.
Publicado em 02/10/2011 às 14:37
“Tomar cálcio em comprimido é exagero na maioria das situações”. Esta afirmação polêmica é do médico neurologista, conselheiro do Conselho Regional de Medicina e professor aposentado da Universidade Federal da Paraíba Marco Aurélio Smith. O médico adverte que os suplementos de cálcio tomados por pessoas idosas para combater a osteoporose e prevenir fraturas pode causar prejuízos à saúde.
“A maioria das mulheres e dos homens não precisa ingerir cálcio em comprimido para garantir a formação e manutenção dos ossos e dentes”, afirma o médico. Para Smith, a fórmula ideal para prevenir a descalcificação se resume na inclusão diária de três ações simples: a prática diária de caminhada, a exposição ao sol e o consumo de uma alimentação saudável. “Essa é a melhor maneira de garantir a ingestão de cálcio necessária para o organismo”, ensina.
O médico revela que a ingestão excessiva de cálcio pode transformá-lo em vilão e causar danos à saúde. “Ninguém pode viver, pelo menos no planeta Terra, sem cálcio. Até aqui ele era considerado um verdadeiro herói, mas está se tornando um vilão porque tem muita gente tomando cálcio desnecessariamente por conta da famigerada osteoporose”, declara.
Para ele, a suplementação é desnecessária. “O médico ginecologista prescreve cálcio por conta da osteoporose inventada por laboratórios. Os médicos transformaram a minoria na maioria. A osteoporose existe em uma pequena minoria de idosos, de mulheres na menopausa e de homens na endropausa. Foram os laboratórios que criaram a osteoporose e o mito de que todas as mulheres têm que fazer tratamento preventivo na menopausa. Isso é balela”, ressalta Marco Smith.
Marco Smith também é enfático ao desconstruir a suposta conexão entre osteoporose e fratura de ossos. “A osteoporose não é causada pela velhice nem tampouco pela menopausa (na mulher) ou a endropausa (no homem)”, afirma. Acrescentando que “a incidência de fratura na mulher na fase pré-osteoporose dificilmente supera o índice de 1% ao ano”.
A causa para a perda de cálcio e fragilidade dos ossos, segundo Smith, está associada a fatores como o uso prolongado de medicamentos quimioterápicos; de corticosteroides – usados para problemas de pele, asma, bronquite asmática, pruridos (coceiras), entre outros; além da ingestão de medicamentos antiácidos e o consumo de refrigerantes. Ele diz ainda que o sedentarismo, a obesidade, a falta de exposição solar, o fumo, assim como o excesso de álcool são causas da descalcificação.
Contudo, ele afirma que “dificilmente uma pessoa quebra ou fratura um osso por conta da osteoporose”. Acrescentando que “os estudos usados para justificar o uso de medicamentos na fase anterior à osteoporose exageram os benefícios e subestimam os riscos da ingestão de cálcio”, declarou. “A osteoporose afeta uma minoria e não a maioria das pessoas”, ressalta.
“A reposição do cálcio quando necessária deve ser bem controlada para evitar doenças crônicas”, alerta o neurologista.
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