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TECNOLOGIA

Sistema de dessalinização da UFCG leva água potável para arquipélago

Laboratório ganhou maior projeção por desenvolver tecnologias que diminuiram o alto teor de salinidade nas águas, mas também atua na purificação de água potável como um todo.

Publicado em 24/10/2010 às 11:15

Alberto Simplício

Sendo a garantia de água potável considerada como um dos grandes desafios deste milênio, as pesquisas que se voltam para o aproveitamento e a conservação dos recursos hídricos disponíveis para garantir a sobrevivência da vida na Terra cada vez mais ganham importância em nível global. Na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o Laboratório de Referência em Dessalinização (LABDES) tem contribuído de maneira decisiva para garantir que a água potável se transforme em um direito de todos e para que o aproveitamento dos recursos hídricos locais ajude a aumentar a qualidade de vida da população.

Utilizar a água do mar para as necessidades básicas do dia a dia parecia algo quase impossível para os moradores do arquipélago de Fernando de Noronha. Funcionando desde 1999, o sistema de dessalinização elaborado pelo LABDES, implantado em parceria com a Companhia de Abastecimento de Água de Pernambuco (Compesa), hoje é uma realidade, que tem contribuído inclusive para garantir a presença de turistas durante todo o ano. O mesmo desafio foi vencido na Ilha de Guriri, no Espírito Santo, que enfrentava um grande déficit de mortalidade infantil devido ao alto teor de salinidade do Rio Mariricú, principal fonte de abastecimento daquela localidade.

De acordo com o coordenador do LABDES, pesquisador Kepler Borges França, os projetos de pesquisa voltados para a área de tratamento de águas impróprias para o consumo humano e a experiência do campo foram cruciais para a implantação de dois programas do Governo Federal: Água Boa (1998-2000) e Água Doce (2000-2010), ambos conveniados através da Secretaria de Recursos Hídricos, do Ministério do Meio Ambiente. “Esses programas atuaram em todos os Estados do Nordeste visando a oferecer água potável para comunidades difusas. O LABDES também propiciou vários trabalhos de pesquisas, publicações e a formação de recursos humanos da UFCG e de outros órgãos federais e estaduais dentro dessa temática”, destaca.

Apesar do laboratório ter ganhado maior projeção por desenvolver tecnologias que resolveram a questão do alto teor de salinidade nas águas, ele atua nos sistemas de purificação de água potável como um todo. “As pesquisas estão se voltando cada vez mais para resolver a situação das comunidades que enfrentam problemas relacionados à falta de água potável, independe do seu teor de sal”, destacou França.

Atualmente, conforme o pesquisador, o LABDES atua com as seguintes linhas de pesquisas: Desenvolvimento de membranas para fins de tratamento/purificação de águas superficiais e subterrâneas, bem como para dessalinização de águas; desenvolvimento de membranas para separação de óleo da água. Atua também nas áreas de fluido de perfuração de poços de petróleo; obtenção de biocombustível a partir de novas fontes como as microalgas e produção de hidrogênio eletrolítico, a partir de sistemas híbridos (eólica/solar).

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Jornal da Paraíba

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