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Conheça histórias de pessoas que superaram as dificuldades
Vir de família humilde e passar necessidades financeiras. Nada disso é obstáculo para quem está disposto a vencer as dificuldades da vida e superar as expectativas.
Publicado em 25/12/2011 às 8:00
No passado, um garoto negro, de origem pobre e o primeiro, dos oito filhos de um pedreiro e uma dona de casa. Hoje, ele é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O menino pobre, antes conhecido como 'Joca', agora tem de ser chamado de 'Vossa Excelência'.
Para chegar onde chegou, o ministro Joaquim Barbosa fechou os olhos para vencer as dificuldades que apareceram ao longo de sua história e mostrou que os sonhos de vencer podem se tornar realidade.
Com determinação e muito estudo, ele conseguiu chegar onde muitos duvidavam e hoje ocupa uma das cadeiras mais importantes do país.
Sua trajetória de vida dispensa livros de autoajuda e confirma que 'querer é poder'. Assim como ele, muitos outros brasileiros conseguem dar a 'volta por cima' e mudar seu destino, muitas vezes, fadado ao fracasso. No entanto, poucos se dispõem a contar de onde vieram e como chegaram ao sucesso.
Vir de família humilde, passar necessidades financeiras, estudar em escola pública, ter algum tipo de deficiência física.
Nada disso é obstáculo para quem está disposto a vencer as dificuldades da vida e superar as expectativas. Exemplos não faltam no cotidiano, afinal, nem todas as pessoas nascem no tão desejado 'berço de ouro', com facilidades para conquistar um lugar ao sol.
A história da médica Camila Rabay se encaixa bem nessa situação. “Só Deus sabe o caminho que percorri até conseguir meu diploma de Medicina”, lembra.
Camila não se envergonha de dizer que enfrentou muitas dificuldades até chegar ao objetivo principal, ao sonho de criança: ser médica.
“Meus pais se separaram quando eu tinha 10 anos e eu e meus dois irmãos mais novos passamos por maus bocados após minha mãe casar novamente”, conta.
A família se mudou de João Pessoa para uma granja em Campina Grande. Camila era a mais velha dos três, e todos os dias caminhava 20 minutos em uma estrada de barro até o ponto de ônibus para ir à escola. Desde criança, Camila era apaixonada pelos livros e uma aluna aplicada. “Apesar das dificuldades, minha mãe sempre deu um jeitinho de pagar escola particular, pois o estudo era a prioridade”, afirma.
Camila prestou vestibular para Medicina e passou. Um problema pessoal da família obrigou Camila a voltar para João Pessoa com os irmãos. “Logo que comecei o curso passei por um período delicado, com problemas familiares e até financeiros”, declara.
Nesse tempo, a mãe de Camila, então grávida, perdeu a única fonte de renda que possuía. Semanas depois, o pai ficou desempregado.
Camila passou a morar em um apartamento de um quarto só que, apesar de pequeno, era o lugar onde encontrava paz para estudar.
A consequência é que a cada dia ficou mais difícil comprar os livros de Medicina e se manter nos estudos da universidade.
“É um curso muito caro, a maioria dos alunos tem boas condições financeiras, o que não era o meu caso”, frisa. “Foi tanta coisa ao mesmo tempo que, apesar de muito estudar, fiquei para uma final”, acrescenta.
Boa parte dos familiares e amigos se uniram para dar o mesmo conselho: “largue o curso”.
Ainda bem que Camila não cedeu aos apelos. “Eu nunca pensei em desistir, nunca”, enfatiza. Diante de tanta dificuldade, eis que uma tia distante, que ficou sabendo da situação, resolveu ajudá-la, enviando a quantia de R$ 200 para ajudar a pagar as despesas do curso.
Em meio a tanta adversidade, Camila se viu obrigada a morar em um pensionato. “Eu tinha apenas R$ 200 para pagar transporte, alimentação e as cópias da universidade”, conta.
Mas o dinheiro não era suficiente, uma vez que o custo do curso de Medicina exigia bem mais recursos financeiros.
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