Contratação de brasileiros por empresas do exterior cresce quase 500%; veja regras trabalhistas

O número de profissionais que moram no Brasil, mas trabalham para empresas de outros países subiu 491% entre os anos de 2020 e 2022, segundo uma pesquisa feita Husky. A alta foi acelerada pelo crescimento do trabalho remoto durante a pandemia, especialmente no setor de tecnologia.

Campina Grande, por exemplo, é considerada um oasis tecnológico pela posição de destaque da Universidade Federal (UFCG). A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) também se sobressai.

Diante desses fatores, o Jornal da Paraíba traz:

1 - O perfil dos trabalhadores brasileiros que estão empregados no exterior

2 -As principais áreas de contratação

3 - Quais as regras para o trabalho de brasileiros no exterior

4 - Como funciona a transferência do Brasil para o país da empresa

O perfil dos trabalhadores brasileiros que estão empregados no exterior

A maior parte dos brasileiros que trabalha para o exterior se concentra na região Sudeste, com 33% dos profissionais morando no estado de São Paulo.

As oportunidades incluem diversas faixas etárias, mas principalmente a de profissionais entre 26 e 35 anos. Esse grupo corresponde a mais de metade dos contratados, sendo 51,81% deles.

A maioria das pessoas que trabalha remotamente para o exterior recebe em dólar americano, sendo aproximadamente 9 em cada 10 transferências internacionais são feitas pela moeda americana.

A remuneração média de quem trabalha no exterior é de US$ 2.655,22 mensais, ou seja, mais de R$ 13 mil. No entanto, os salários podem variar muito entre um e outro.

As principais áreas de contratação

Os profissionais de tecnologia da informação são maioria entre os brasileiros que trabalham para empresas fora do país, correspondendo a 82% do total.

Além deles, também há vagas para designers, empresários, influenciadores digitais e streamers, recrutadores e profissionais de marketing também estão ganhando em dólar, euro e outras moedas estrangeiras.

Quais as regras para o trabalho de brasileiros no exterior

De acordo com a advogada trabalhista Michele Silvério, é preciso que o trabalhador fique atento, durante o processo de contratação, e verifique se a empresa pela qual vai ser contratado tem sede no Brasil e qual o país de origem dela.

Ainda conforme a advogada, se a contratação seja realizada no Brasil, o que vale são as leis trabalhistas brasileiras. Nesse caso, são consideradas a legislação brasileira em geral a também da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Os salários, conforme Michele, devem ser acordados sempre com base no real, mas o pagamento pode ser feito em outra moeda.

Como funciona a transferência do Brasil para o país da empresa

Segundo a advogada, o profissional pode ser chamado para trabalhar em outro país, se a empresa do exterior desejar.

Nesse caso, o trabalhador deve receber um adicional de transferência, correspondente a 25% do salário mensal.

Michele alerta, ainda, para o fato de que o profissional pode ficar apenas pelo período máximo de três anos fora do país. Ou seja, a transferência não pode ser definitiva.