Cursos técnicos abrem portas no mercado; saiba os que mais empregam

Jacqueline Santos
Do Jornal da Paraíba

Dois anos foram suficientes para a qualificação necessária. A partir de então, as portas do mercado de trabalho se abriram para a técnica em Segurança do Trabalho Rosana Lima do Nascimento, de 28 anos. Há cerca de oito anos, a jovem desistiu de cursar Serviço Social na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e optou por um curso técnico. O alvo era conseguir um emprego mais rápido e ter retorno financeiro para se manter e ajudar no sustento da família.

A escolha parece ter sido acertada. Hoje, Rosana tem uma renda mensal de R$ 4 mil e chegou a rejeitar diversas oportunidades de emprego, tão grande tem sido a oferta durante todos esses anos de formada. Os cursos técnicos atraem cada vez mais estudantes que desejam ser inseridos no mercado em menos tempo, se comparado a período exigido para formação de nível superior. Os salários também são bem atrativos e, cada vez mais, o mercado tem absorvido esse perfil de profissionais.

“Tinha passado para Serviço Social na UFPB, mas vi que poderia ter uma resposta mais rápida com o curso técnico e somente depois tentaria novamente entrar em uma faculdade. Além do meu bom emprego, estou pagando uma universidade particular e curso de Engenharia Ambiental. Comprei meu apartamento e o mobiliei por completo, tenho meu carro e ainda ajudo minha família”, conta, que atua em uma das maiores empresas do ramo da construção civil na Paraíba.

Na época em que Rosana decidiu estudar o curso técnico, ela não imaginava a proporção que a área iria tomar anos depois. No entanto, o mercado sinalizava para esse rumo. “Os cursos técnicos oferecem salários atrativos, formam em menos tempo que os cursos superiores, e tornam os alunos profissionais prontos para encarar o mercado de trabalho”, opina Carlos Magno Pereira, tutor de processos de uma escola que oferece cursos técnicos.

Cursos mais procurados

Na Paraíba, os mais procurados são aqueles ligados à área tecnológica. Informática e Análise e Desenvolvimento de Sistemas lideram o ranking na preferência dos alunos e na abertura de chances de trabalho. A segunda posição na escolha dos paraibanos está o técnico em Segurança do Trabalho. As boas expectativas para os próximos anos ficam por conta dos cursos na área de petróleo e gás.

Na relação de cursos técnicos bastante visados constam ainda Administração, Eletrotécnica, Edificações, Eletrônica, Logística, Enfermagem e Açúcar e Álcool. Um dos maiores polos de formação de cursos técnicos e tecnológicos da região é o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). Na escola, são oferecidos mais de 30 cursos técnicos distribuídos nos nove campi do Estado.

Entre os cursos técnicos do instituto estão Edificações, Eletrotécnica, Equipamentos Médicos Hospitalares, Equipamentos de Informática e Redes, Equipamentos Mecânicos, Recursos Naturais e Música. Os mais tradicionais, entretanto, são aqueles ligados à construção civil, como é o caso de Edificações, e os do setor de energia (Eletrotécnica). Informática e Mecânica também aparecem entre os mais cotados pelo alunado da escola.

“Há sempre uma necessidade nessas áreas e o mercado está absorvendo profissionais o tempo todo. No caso de Eletrotécnica, a demanda é tão forte a ponto de as empresas procurarem alunos ou recém-formados no cadastro mantido na coordenação de estágios do IFPB”, destaca o reitor do Instituto, João Batista de Oliveira Silva.

Para disputar uma das vagas nos chamados cursos subsequentes (técnicos) oferecidas no IFPB, é preciso ter concluído o ensino médio em qualquer instituição. Como a procura sempre é maior que a oferta, os candidatos são submetidos a um teste de seleção abordando questões de Português e Matemática. Outro centro capacitador para profissionais de nível técnico é o Senac.