Estudar para concursos requer planejamento e foco

Quando alguém toma a decisão de fazer um concurso público, precisa ter consciência que a aprovação, na maioria dos casos, demanda tempo, por isso se fala tanto em persistência. Muitas vezes esse tempo implica em anos. São poucos os casos de pessoas que conseguiram êxito no primeiro ou segundo concurso. Fazer um roteiro – e segui-lo – é importante para manter a organização e atingir o objetivo.

O coaching para concursos Luiz Gustavo Silveira lembrou que são muitas as metodologias propostas pelos estudiosos no assunto. “No entanto, acreditamos que antes de qualquer coisa a pessoa precisa ter em mente três campos que são importantes, que são o planejamento, a aprendizagem e a gestão emocional”, declarou. Segundo Silveira, sem o equilíbrio entre essas três áreas, “fatalmente o aluno não será aprovado, ao menos em concursos de maior dificuldade”.

É preciso ter visão empreendedora em todas as áreas da vida, e nos concursos públicos isso não poderia ser diferente. “Se queremos nos relacionar bem com alguém, temos que construir uma boa convivência. Se desejamos abrir uma empresa, é preciso dar um tempo até se firmar no mercado”, afirmou.

Silveira comparou o processo de aprovação em um concurso público a um emprego novo, no qual é necessário um tempo de adaptação às novas funções. “O estudante deve ter a ideia clara de que só passam nos melhores concursos aqueles que também veem sua aprovação como um empreendimento, dentro de uma preparação contínua”, frisou.

Outro ponto importante é escolher uma área para delimitação de matérias. “Quem faz todos os concursos que aparecem, geralmente tem um índice muito menor de aprovação”, explicou. Se alguém almeja uma carreira bancária, deve focar em matérias comuns e ser bom nelas. Se pretende ser aprovado como procurador municipal, deve manter o foco nas matérias que são cobradas na maioria dos concursos para procurador e apenas fazer ajustes nas matérias diferentes entre os editais. “Em resumo podemos dizer que o candidato deve escolher carreiras com conteúdos semelhantes”, frisou.

Nesse processo, é importante também acreditar de fato que tem condições de ser aprovado e implementar o hábito diário de estudar, conforme explicou o especialista em concursos públicos. “Feito isso, a aprovação é uma questão de tempo”, comentou. O candidato deve montar uma rotina de estudos que contemple todo o conteúdo. Saber dividir o roteiro é de fundamental importância.

DEIXAR EMPREGO PARA FAZER SELEÇÕES NEM SEMPRE É EFICAZ

Há muitos casos de pessoas que largam o emprego para se dedicar exclusivamente à preparação de concursos públicos.

Sobre essa decisão, Luiz Silveira disse que cada caso deve ser analisado de forma única. “Ao longo de todo o tempo que trabalho com a preparação de pessoas, em todos os estados do país, já vi pessoas que se deram super bem, e outras que se deram super mal com essa estratégia”, comentou o especialista.

Segundo Silveira, largar o emprego e ficar em casa só estudando pode ser uma armadilha para muitos candidatos. Isso acontece porque a pessoa, apesar de dispor de muito tempo, ainda não atingiu alta performance na absorção do conteúdo. “Em linhas gerais, o melhor é esperar o momento em que provas e simulados já contam com notas altas e, assim, pensar em se dedicar exclusivamente, focando no aumento da performance e ajuste de 'pontos cegos' na matéria”, explicou. Mais uma vez ele reforça que é preciso avaliar as particularidades de cada candidato.

Investir em concurso público implica também em fazer reserva financeira e abrir mão de balada todo final de semana e almoço em restaurantes caros com amigos e familiares. De acordo com Silveira, os custos com inscrição, cursinhos, apostilas, etc, não são reclamações fortes dos concurseiros. “Quando o candidato está no clima, ele naturalmente abre mão de uma balada aqui e ali para economizar e ter grana para as inscrições. Às vezes gastamos muito com produtos e serviços que nem precisamos, e os concurseiros sabem disso”, afirmou.

CONCORRÊNCIA INTERNA É MAIOR

Se tem uma coisa que assusta muitos candidatos nos concursos públicos é a concorrência. Esse fator, inclusive, é responsável pela desistência de muitos candidatos que sequer vão fazer as provas, após saber a quantidade de inscritos no certame. Na avaliação de Luiz Silveira, a concorrência deve ser, literalmente, esquecida. “Primeiro porque o candidato tem apenas um grande concorrente, que é ele mesmo”, declarou o especialista em concursos.

Quando o candidato se supera, segundo Silveira, não há motivo para se preocupar com o outro. “Em segundo lugar, do ponto de vista objetivo, a relação absoluta de candidatos por vagas só serve para gerar inútil ansiedade e pode refletir também o número de pessoas não qualificadas que estão inscritas para o certame”, explicou. Segundo ele, em determinados concursos a relação candidatos x vagas pode ultrapassar 300 pessoas, mas, de fato, quatro ou cinco apenas estarão realmente aptos para enfrentá-lo. “Faça sua parte e esqueça a concorrência, é mais importante medir e melhorar continuamente sua performance a se preocupar com a grama do vizinho”, argumentou.

Por fim, Silveira fez comentários a respeito da necessidade de controle das emoções. “É fundamental que o candidato acredite em sua aprovação. Se não for hoje, será mês que vem ou no próximo ano. No coaching trabalhamos muito com os aspectos referentes às crenças limitantes e infundadas que permeiam o mundo dos concursos, que são mitos, sentimento de inferioridade e falta de visão empreendedora do projeto de aprovação”, frisou.

CERTAMES PREVISTOS PARA 2014

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Edital previsto para março e salários de R$5,5 mil. Ministério da Fazenda já foi autorizado e o edital deve ser lançado até maio.

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Previsão de abertura de 415 vagas para agente administrativo. Edital até março e salários de R$2,5 mil. Caixa Econômica Federal teve a autorização de aumentar 9.873 funcionários até 2015, portanto o concurso no próximo ano é uma grande aposta.