VAMOS TRABALHAR
Flexibilidade de horários e projetos atrai profissionais para carreira solo
Profissionais explicam prós e contas de ser freela.
Publicado em 27/02/2011 às 8:00
Karoline Zilah
A tarefa é difícil: equilibrar a carga horária de um emprego com uma capacitação ou uma atividade que seja pessoalmente mais gratificante. Para ter liberdade de escolha, muitos profissionais resolvem investir na 'carreira solo': prestar serviços nos quais são especializados, mas sem vínculo empregatício, o que permite escolher projetos a dedo para se dedicar.
Essas são as principais vantagens de ser freelancer, segundo apontam os entrevistados do Paraíba1, o designer Felipe Spencer e a jornalista Marina Magalhães.
"O profissional freelancer pode se dar ao luxo de investir em projetos mais interessantes e de densenvolver várias atividades ao mesmo tempo. É uma grande experiência a favor da versatilidade!", defende ela.
"Trabalhar na hora que eu acho mais conveniente, não ter que usar farda e negociar prazos com os clientes são os principais atrativos em oferecer serviços como freela", revela Spencer (foto ao lado).
Ele atua como designer, ilustrador e VJ (video jockey, artista que reproduz imagens em vídeo em festas), dedicando parte do dia a uma empresa, como contratado. Há cinco anos assume trabalhos avulsos nos tempos livres. "Prefiro ter a segurança da carteira assinada por uma empresa e, ao mesmo tempo, a liberdade de fazer outras coisas por fora".
A jornalista Marina Magalhães trabalhou com vínculos formais por cinco anos, de estagiária a contratada. Aprovada no mestrado em Comunicação Social, ela viu que fazer serviços temporários seria a alternativa ideal para não se afastar definitivamente do mercado de trabalho.
"Desenvolvia atividades de freelancer nas horas vagas, tudo com pleno conhecimento da chefia. Isso facilitou a formação de uma boa rede de contatos profissionais. Hoje, nas férias e períodos mais tranquilos da pós-graduação, posso assumir projetos interessantes e ainda ganhar uma renda extra", explica a jornalista.
Empreendedorismo e homeoffice
A iniciativa de ser freelancer, segundo Felipe Spencer, o caracteriza como um empreendedor. "As coisas mudaram de nome. Antigamente, quem trabalhava assim era um pequeno empresário. Você não precisa mais de um escritório num prédio empresarial no Centro da cidade. Dá para montar seu escritório no conforto de casa e ganhar uma renda extra", comenta.
O escritório doméstico - o chamado homeoffice - está diretamente ligado à liberdade de produzir nas horas que forem mais convenientes. "No caso do repórter, em algumas situações, também existe a possibilidade de redigir as matérias de casa ou de onde estiver, nas horas que preferir, benefício fundamental para quem está comprometido com outras atividades acadêmicas, como um mestrado", relata Marina sobre sua experiência.
Renda varia de acordo com o mês
A sazonalidade dos trabalhos é o que mais preocupa quem trabalha como freelancer. Segundo Marina (foto ao lado), há meses em que surgem várias propostas e a renda final chega a superar a média salarial de quem trabalha com carteira assinada, por exemplo. Em outros, chega a decepcionar.
"O perigo é o mês seguinte, que sempre traz o risco de não oferecer novas oportunidades. Por isso são necessários organização financeira e planejamento por parte do freelancer", comenta.
Para Felipe Spencer, a alternativa está em 'cativar' a clientela para não correr riscos de ficar sem serviço. "Na verdade, eu nunca fiquei sem trabalho, porque a demanda sempre foi constante", conta. Ele revela que chegou a assumir tantos serviços ao mesmo tempo que precisou recusar alguns deles.
Pagamentos
Um dos aspectos em ser freelancer é ter que negociar o pagamento que vai receber pelo serviço prestado. Ao tratar com um cliente ou uma empresa, o profissional pode tomar como base a média salarial de sua área de atuação e calcular pela quantidade de dias e horas que vai trabalhar.
Em projetos especiais, é possível estipular um valor fixo com base no volume da produção, mesmo sem determinar horários a serem cumpridos.
É nessas horas que o profissional pode aliar diversos projetos e 'sair no lucro'.
"Nos meses de alta produção, conciliando a bolsa de estudos do mestrado com atividades como freelancer para mais de um veículo de comunicação, o salário chega ao dobro do que eu recebia enquanto atuava apenas como repórter com carteira assinada", comenta Marina Magalhães.
Vida de 'freela'
Quem está começando a se aventurar pode encontrar várias dicas na internet. Sites e blogs especializados em trabalho freelancer disponibilizam reportagens especiais e prestam consultorias. Como montar uma rotina diária? Como montar um homeoffice? Qual é o melhor tipo de mesa ou cadeira para trabalhar em casa? Como otimizar o tempo? O que não falta é palavra de expert sobre estes assuntos.
Algumas dicas são o Freela.com.br, que disponibiliza currículos e portfólios, e o Carreira Solo (http://carreirasolo.org). Este último criou uma central de respostas para quem trabalha nos segmentos de Propaganda, Design, Tecnologia da Informação, Marketing, Produção Musical, Audiovisual, entre outros.
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