VAMOS TRABALHAR
Geração Y se adapta às novas necessidades e se consolida no mercado
Sem precipitação e com bom senso, nascidos na década de 80 agregam qualidades.
Publicado em 03/04/2011 às 8:00
Valéria Sinésio
Foto: Kleide Teixeira
Do Jornal da Paraíba
O mercado de trabalho está cada vez mais aberto para a Geração Y, representada pelos jovens nascidos na década de 80. Essa geração, além de criativa, tem como características o imediatismo e a capacidade de fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Esses jovens têm feito o diferencial em muitas empresas, e têm pressa no reconhecimento e crescimento profissional. No entanto, se não houver bom senso, essa 'turma' pode se precipitar e, as características que antes eram positivas, se tornam negativas, dependendo do ambiente de trabalho.
A diretora-presidente da Projeto RH, Eliane Figueiredo, diz que a Geração Y busca oportunidade de desenvolvimento na carreira, manter a harmonia entre a vida profissional e pessoa, oportunidade de desenvolver projetos desafiadores e boa relação com o supervisor imediato e com a equipe de trabalho. “Os jovens dessa geração também valorizam um gestor que sabe ouvir e que, frequentemente, dá feedback com sua equipe”, explica.
Na pesquisa feita pela consultoria MPCO, em parceria com a Projeto RH, foi constatado que a Geração Y, pretende investir na educação (resposta de 66% dos entrevistados) e de economizar dinheiro (resposta de 60%). Mas não é só isso. “Os jovens também querem garantir o sustento financeiro e ajudar a família, bem como cuidar da saúde física e mental”, declara. A presidente lembra que a Geração Y é a geração 'inquieta, ansiosa, que preza pelo imediatismo'.
Jovem empresário Alcir Lima (no notebook) acredita que Geração Y tem o melhor perfil para sucesso
Não tem como negar que esses jovens têm o poder de fazer o diferencial nas empresas. Entre as vantagens de contratar alguém com 20 e poucos anos está o fato de ter ao lado pessoas dinâmicas, que não desistem facilmente e que são loucas por resultados. “A Geração Y não tem medo da figura da autoridade e isso é muito positivo, pois consegue transitar nos vários níveis de hierarquia sem problemas”, afirma.
Outro ponto positivo é a capacidade e disposição para fazer várias coisas ao mesmo tempo. “Não existe mais isso de que 'fui contratado para fazer tal coisa e nada mais'”, alerta. A familiaridade com a tecnologia acaba aumentando as vantagens para a Geração Y. “Vale ressaltar que são menos preconceituosos e mais flexíveis à mudanças”, destaca. Ela afirma, entretanto, que se a empresa for muito formal, ser liberal demais poderá contar pontos negativos.
Em relação à corrida por resultados, a busca por uma decisão rápida, a presidente lembra que também pode ser negativo. “Não pode faltar ponderação nas decisões dos jovens funcionários”, esclarece. A atitude pode ser precipitada e aí, o jeito é se preparar para as consequências. A ansiedade também pode prejudicar. Eliane alerta que ninguém pode 'virar a cabeça' simplesmente porque não foi promovido em quatro meses de emprego.
Em meio a tantas características positivas, uma atitude pode colocar tudo a perder. É o excesso de autoconfiança, que muitas vezes pode ser interpretada como arrogância e dificultar a convivência com os demais funcionários da empresa. “A supervalorização a si mesmo pode ser um pouco complicada, pois é preciso ter um pouco de humildade”, declara. Apesar das ressalvas, ela volta a comentar as vantagens em contratar a Geração Y. “Geralmente os níveis de educação são melhores e os jovens da década de 80 estão mais abertos a ouvir conselhos e dicas de outras pessoas”, explica.
A pesquisa realizada também mostra que o tempo de duração da Geração Y nas empresas é de aproximadamente dois anos e meio. “É diferente do que acontece com outras gerações, onde o que importa é passar anos e anos na mesma empresa, 'fazendo tempo de casa'”, afirma Eliane. A transitoriedade de emprego, entretanto, não é considerada uma atitude leviana. “Eles ficam na empresa enquanto tiver a relação de troca, enquanto houve desafios e oportunidades de crescimento”, relata. “A Geração Y veste a camisa, mas é diferente”, acrescenta.
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