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Menosprezar detalhes do edital pode se tornar grande equívoco
Concurseiros chegam a enfrentar recursos na Justiça.
Publicado em 10/04/2011 às 8:00
Valéria Sinésio
Do Jornal da Paraíba
Durante a fase de preparação, o candidato também não pode esquecer o edital. É importante relembrar quantas questões terá nas provas, o conteúdo programático, a forma de contagem de pontos e a prova de títulos ou prática, se for o caso. Vale lembrar que muitos candidatos ficam no 'meio do caminho', na fase dos exames admissionais. Não esqueça: estudar para concurso requer, não apenas dedicação, como também estratégia.
O psicólogo Fernando Elias José explica que o edital deve ser a base. “É o ponto de partida, por isso recomendo sempre aos meus pacientes que prestam concursos, a dedicação à leitura do edital”, afirma. Um erro recorrente dos concurseiros, segundo o psicólogo, é se preparar para as provas tendo como base o edital do concurso anterior. “Isso pode ser um risco enorme, pois muitas vezes, o candidato passa um tempão estudando para 'nada', em relação ao concurso que pretende realizar”, destaca.
O melhor, de acordo com Fernando Elias, é ter certeza sobre o conteúdo programático que será cobrado. “É mais confiável e estratégico, assim o candidato não vai perder tempo”, declara. “O candidato se baseando no edital novo, não vai correr risco de se deparar com surpresas”, acrescenta. “Ler o edital não é perda de tempo, como muitos pensam...ao contrário, faz parte da preparação e pode levá-lo ao caminho do sucesso”, afirma o psicólogo.
Fernando Elias lembra que recebeu uma candidata que passou em todas as etapas objetivas do concurso, mas foi barrada no exame físico, pois tinha um problema que a impedia de ocupar o cargo. “A informação estava contida no edital, mas ela não leu, infelizmente, e depois ficou se lamentando”, destaca. Outra situação comum é o horário de chegada aos locais de prova. “Geralmente é uma hora de antecedência, mas nem sempre os candidatos estão atentos a isso”, frisa. O resultado é uma multidão de candidatos reclamando nos portões dos locais de prova. Em vão. “Menosprezar a leitura do edital é o maior erro que o candidato pode cometer”, afirma.
A concurseira Carolina Torres sempre esteve atenta à leitura do edital, no entanto, foi prejudicada porque um de seus concorrentes não fez o mesmo. Aprovada dentro das vagas último concurso da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 2009, Carolina foi prejudicada quando uma outra candidata entrou com um recurso questionando a exigência para o cargo de auxiliar administrativo. “Apesar de algumas pessoas terem sido nomeadas, outras, assim como eu, tiveram de esperar a decisão final da Justiça”, explica.
O que mais revolta Carolina e os demais aprovados dentro das vagas é que o prejuízo foi causado por conta de outra pessoa que não prestou atenção às regras do concurso. O processo está, atualmente, no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), em Pernambuco. O advogado da candidata alega que a exigência do cargo tira a oportunidade de justa concorrência.
É importante ainda ficar atento à informações que podem enganar os candidatos. Entre elas as referentes às atribuições do cargo, que pode dizer uma coisa no edital e significar outra na prática; requisitos básicos para a investidura no cargo; datas, é possível que haja mudanças; prova física; e as retificações, por isso acompanhar o site da organizadora do concurso não deve, nunca, ser dispensado.
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