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Paraibanos deixaram carreira na Engenharia e hoje são diplomatas
'Não tenha medo de encarar o novo', indicam eles.
Publicado em 30/01/2011 às 6:40
Karoline Zilah
Foto: Arquivo pessoal
Não ter medo de encarar o 'novo': esta é a principal dica de dois engenheiros elétricos que resolveram mudar de área de trabalho e ingressar na diplomacia. Embora a carreira de diplomata aceite qualquer graduação em curso superior, as rotinas das profissões são bem diferentes.
A vontade de ter acesso a culturas diferentes fez com que o campinense João André Oliveira, de 27 anos, e o pessoense Mozart Grisi Pontes (dir.), de 28, trocassem a perspectiva de atuação em usinas e sistemas elétricos por uma profissão mais burocrática.
O diplomata é empregado do Ministério das Relações Exteriores e representa, negocia, informa e protege os interesses brasileiros internacionalmente. No caso de João André e Mozart, eles trabalham viajando para diversos países, mas com sede no Palácio do Itamaraty, no Distrito Federal.
João André (foto, à esq.) não chegou a exercer a engenharia. Começou a estudar para o concurso de diplomata em 2008, assim que se formou na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
Já Mozart (à dir.) ainda iniciou um mestrado e, seis meses depois, aceitou uma proposta para trabalhar na construção de uma usina termelétrica em Camaçari, na Bahia. Após um ano de serviço, ele tomou a decisão de pedir demissão do emprego e foi para Brasília estudar para ser diplomata.
"Sempre achei que a engenharia não fornecia a formação cultural que todo cidadão deve ter. O meu gosto por diferentes culturas e a possibilidade de trabalhar pelo meu país me atraíram para a carreira diplomática", comenta Mozart. As mesmas afinidades atraíram João André para Brasília. "A diplomacia me permitiu estudar coisas novas e interessantes, como política internacional, direito internacional público, economia, além de idiomas (inglês, francês e espanhol)", detalha.
Ambos foram motivados pelas experiências que tiveram em intercâmbios universitários na Europa. O processo de seleção não foi fácil: na primeira etapa, eles concorreram com 10 mil candidatos. Destes, 300 foram para a fase seguinte. Eles foram submetidos a uma série de provas até conquistarem suas vagas.
Segundo ambos, a escolha de migrar para uma outra área não é fácil e requer bastante determinação. "Esse desafio de mudança serviu de elemento motivador para mim, o que foi crucial para a realização da tarefa. Não é uma coisa fácil decidir mudar de área, de carreira, mas não é impossível", explica João André.
Tanto ele quanto Mozart acreditam que é essencial pesquisar sobre a nova carreira pretendida. "Depois de ler bastante sobre o concurso e trocar ideias com pessoas que também estavam tentando, decidi abandonar a carreira de engenheiro pra seguir a diplomacia", indica o pessoense.
"Acredito que toda decisão deve ser equilibrada. Devem ser feitas pesquisas sobre a área para a qual voce quer migrar. No entanto, acredito também no mérito e no esforço da pessoa. A disciplina é essencial para quem quer investir numa decisão como essas. Na minha opinião, deve-se buscar aquilo que se quer, mas sabendo dos riscos e sabendo que aquilo exigirá dedicação e disciplina", recomenda.
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