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Quais os caminhos para conseguir a tão sonhada ascensão funcional
Área dos bancos é a que mais concentra possibilidades do candidato fazer carreira dentro de empresas públicas.
Publicado em 22/03/2015 às 9:19
Após ser aprovado em um concurso público, muitos concursados se deparam com mais uma dúvida: será que é possível mudar de função ou até mesmo passar a ter um salário ainda maior daquele previsto no edital? São esses os famosos casos de ascensão funcional. Os especialistas esclarecem: é possível, sim, mudar de função e até mesmo aumentar o salário após ser contratado por uma empresa estatal. Cada órgão, no entanto, possui as suas peculiaridades e é necessário que o profissional esteja atento a sua legislação para que não perca nenhuma oportunidade.
De acordo com o diretor do Canal dos Concursos Fábio Gonçalves, a área dos bancos é a que mais concentra possibilidades do candidato fazer carreira dentro de empresas públicas. No Banco do Brasil, por exemplo, existem mais de 50 possibilidades diferentes de ascensão interna. Em geral, em dois ou três anos é possível ter ascensão. Além disso, há também aqueles órgãos em que o funcionário, conforme for estudando, fazendo mestrado ou doutorado, também recebe aumento de salário.
Os salários de nível médio são em torno de R$ 3 a R$ 4 mil, enquanto que em cargos de nível superior os salários podem passar de R$ 10 mil. Uma boa saída para quem está fazendo concurso público, no entanto, é a de se candidatar a cargos de nível médio mesmo tendo nível superior. "Teoricamente, os cargos de nível médio podem ser mais fáceis de se conseguir una vaga. Então, o candidato pode usar esse cargo como um 'concurso trampolim', aquele em que ele garante uma vaga e certa estabilidade financeira e dá mais tranquilidade para que ele se prepare para outras provas, aí sim para nível superior", comenta o diretor do Canal dos Concursos, Fábio Gonçalves.
Deve-se ter em mente, no entanto, se passar em um concurso público é, realmente, o desejo do candidato. Embora a principal vantagem do concurso seja a estabilidade e a garantia do emprego para toda a vida, algo complicado na carreira privada, na iniciativa privada há uma maior possibilidade de se chegar a um patamar de ganho muito elevado (embora poucos o conquistem). Por outro lado, no concurso público o candidato tem a vantagem de não ser exigida experiência anterior. "O candidato não estuda para passar. Estuda até passar", pontua Fábio Gonçalves.
As regras de crescimento nos bancos
Na Caixa Econômica Federal, as regras são as seguintes: no caso da área de Tecnologia da Informação, por exemplo, o candidato presta o concurso para carreira de técnico bancário. Após adquiror os requisitos mínimos como, por exemplo, tempo de serviço, o empregado poderá participar do processo de seleção interno para a área de interesse. Para cargos como engenheiro, médico, arquiteto e advogado, por outro lado, o candidato deve prestar o concurso específico para a carreira profissional de cada área.
Na Caixa, os 'concursos internos' são chamados de Programa de Seleção Interna por Competências (PSIC). Por meio do processo, o banco seleciona os profissionais que atendam às competências necessárias para desempenhar funções gratificadas, que representam a evolução profissional para o empregado. Essas vagas surgem de acordo com o interesse da administração do banco. De acordo com a assessoria do órgão, elas são amplamente divulgadas entre os empregados, e valorizam a trajetória profissional dos candidatos e o tempo de serviço na Caixa. Diariamente, são disponibilizadas novas oportunidades.
Já no Banco do Brasil, por exemplo, cujo último concurso aconteceu no mês de março, oferecendo 2.499 vagas para escrituário sendo 80 para a Paraíba, após a posse no Banco e cumpridos os pazos institucionais, o funcionário pode se candidatar às funções / áreas de sua formação. Um candidato que possua nível superior, por exemplo, e que se candidatou ao concurso, após aprovado, pode, através de concursos internos, ser remanejado para a sua área de formação.
Um ponto importante que merece atenção dos concurseiros é, também, as vantagens em se candidatar um emprego público. No Banco do Brasil, por exemplo, além do salário, os candidatos empossados no BB possuem participação nos lucros ou resultados, ajuda alimentação no valor de R$ 572,00, vale-refeição de R$ 431,16, vale-transporte, vale-cultura de R$ 50, auxílio-creche, auxílio a filho com deficiência, de valor previsto na CCT, e previdência privada. Funcionários do BB têm ainda direito a plano odontológico, extensivo a dependentes diretos, plano de saúde, participação no Programa de Qualidade de Vida no Trabalho, além de possibilidade de ascensão e desenvolvimento profissional, através de treinamentos, certificações, bolsas de graduação, Pós-graduação lato sensu, stricto sensu, idiomas estrangeiros e através da UniBB, Universidade Corporativa do Banco do Brasil.
Emprego público X emprego privado
Na hora de escolher entre um emprego público e a carreira no setor privado, é necessário que o candidato leve em consideração alguns pontos. Em relação à estabilidade, por exemplo, o principal de todos, ao contrário de um funcionário da empresa privada, que poderá ser demitido a qualquer momento, um funcionário público efetivo que consequentemente ingressou na carreira por concurso adquire a estabilidade no serviço público ao completar três anos de efetivo exercício. O servidor estável só perderá seu cargo se cometer falta grave. No caso deste tipo de acusação ao servidor, é instalado um processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
Outro ponto que merece atenção é a idade. No concurso público, todos concorrem de igual para igual. O mercado de trabalho geralmente considera velhos os candidatos acima de 40 anos. Já para ingressar na maioria das carreiras públicas, o novo funcionário deverá ter no mínimo 18 anos e no máximo 69 anos.
O concurso público é uma das maiores oportunidades de trabalho para os deficientes físicos. A Constituição Federal garante que haverá um percentual de vagas para deficientes físicos para cargos cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras. Nestes concursos os deficientes concorrem somente entre si para aquelas vagas.
Por fim, o servidor público tem direito a horários especiais. O servidor estudante que comprovar a incompatibilidade do horário do trabalho com o horário de seus estudos poderá alterar seu horário de trabalho. Este mesmo benefício se estende ao servidor deficiente físico ou que tenha dependente deficiente e comprovadamente precise mudar de horário para prestar assistência. No caso do próprio servidor deficiente não é necessário repor as horas não trabalhadas.
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