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Quem quiser fazer o concurso da PRF, deve começar a estudar desde já
Expectativa é que o certame seja extremamente concorrido. No último, realizado em 2013, foram mais de 100 mil candidatos para mil vagas.
Publicado em 19/04/2015 às 7:00
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) solicitou abertura de um novo concurso para policial com oferta de 1.500 vagas. Atualmente, aguarda-se a aprovação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para que se possa realizar o certame.
Quem deseja ingressar na carreira, no entanto, deve começar os estudos desde já: além do certame ser extremamente concorrido - no último, realizado em 2013, foram mais de 100 mil candidatos para mil vagas -, o leque de conhecimentos exigidos é extenso e o candidato é submetido ainda a uma prova física, além de passar por outras etapas.
A nova seleção faz parte dos planos da PRF de preencher os 13.098 cargos da carreira policial. Inicialmente, a meta era completar o quadro até 2013. Segundo dados do Planejamento de setembro do ano passado, o departamento conta atualmente com 10.402 policiais, havendo ainda portanto 2.696 vagas a serem preenchidas.
O último concurso para o cargo ocorreu em 2013 e foi organizado pelo Cespe/UnB. Foi registrado um total de 109.769 inscritos para a oferta de 1 mil vagas. A seleção contou com prova objetiva, exame discursiva, testes de capacidade física, avaliação de saúde, avaliação psicológica, investigação social e análise de títulos.
A prova objetiva contou com 120 questões, sendo 50 de conhecimentos básicos e 70 de conhecimentos específicos. Foram cobrados conteúdos das seguintes disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática, Ética no Serviço Público, Informática, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Processual Penal, Legislação Especial, Direitos Humanos e Cidadania, Legislação Relativa à PRF e Física Aplicada à Perícia de Acidentes Rodoviários.
Além das provas escritas (objetivas e discursiva), houve avaliações física (testes de flexão em barra fixa, de impulsão horizontal, de flexão abdominal e de corrida de 12 minutos), médica, psicológica e de títulos, além de investigação social e curso de formação profissional.
De acordo com o policial rodoviário federal Leandro Macedo, que atualmente também é coordenador da pós em direito de trânsito do LM Concursos, existem quatro situações que são peculiares ao cargo de PRF: primeiro, a aposentadoria especial, que trata-se de uma concessão ao servidor com redução do tempo necessário à inativação em razão do exercício de atividades consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física; em segundo lugar, a escala 24 x 72 horas, ou seja, o servidor trabalha 24 horas e tem direito a 72 horas de folga; terceiro, as matérias que caem na prova são de aprendizagem agradáveis; e, por último, a função, que é uma mistura de bombeiro com policial militar, só que em área rural.
Rotina rígida e diária de estudo
O policial rodoviário federal Felipe Vilar passou no concurso realizado em 2009. Para ele, não há outro segredo para quem deseja passar no certame a não ser a dedicação total aos estudos. Felipe conta que começou a estudar para o concurso ainda em 2008, quando outro certame da PRF estava em vista. "Mas eu não fiz esse concurso. Só iria ter vaga para o Pará e para o Mato Grosso. Aproveitei que os cursinhos estavam oferecendo aulas próprias para esse concurso e comecei a estudar. Mas só fui me submeter ao concurso mesmo no outro ano, em 2009", explica.
Durante todo esse tempo, no entanto - cerca de um ano e meio -, Felipe tinha uma rotina rígida de estudos: eram quase 8 horas diárias dedicadas ao aprendizado das matérias que seriam cobradas no certame. "Acordava às 7h, às 8h ia para o cursinho, até as 11h30. Durante a tarde, trabalhava até as 19h. Depois, estudava geralmente das 20h às 0h", conta. E até mesmo o tempo que passava no ônibus, indo para o trabalho, era utilizado para ler apostilas. "Um dia, eu reparei que passava pelo menos uma hora no ônibus todo dia e que aquele tempo era tempo de estudo perdido. Aí resolvi começar a levar as apostilas para ler no caminho", explica.
A estabilidade financeira e o salário oferecidos foram os principais atrativos para ele. O fato de sempre ter tido interesse por questões relacionadas ao trânsito, no entanto, também. Hoje, no entanto, ele faz parte da Força de Choque da PRF, responsável pelo controle de manifestações e interdições em rodovias. Para chegar ao cargo, no entanto, Felipe passou por um curso de especialização dentro da própria PRF. Esse, com duração de 20 dias, faz parte de uma série de cursos que são oferecidos a quem já faz parte do quadro da PRF.
"A PRF é uma instituição muito rica. Você tem muitas áreas para trabalhar. Você trabalha com crime ambiental, fiscalização de veículos pesados, fiscalização de produtos perigosos, uma série de coisas. Quando eu entrei, comecei a me interessar pela parte de combate ao crime. Quando você entra, pode começar a fazer esses cursos, e aí você vai escolhendo sua área", diz.
Esse é o caso, também, da PRF Patrícia Campos, que passou no concurso realizado em 2013 e, hoje, trabalha no Piauí. "Eu já tinha amigos que falavam muito bem da PRF então comecei a me dedicar a estudar para o concurso", conta. Formada em Direito, Patrícia ainda passou dois anos atuando em sua área como advogada, até que resolveu largar tudo e começar a estudar para os certames.
"Estava em busca de estabilidade. Então eu estudava cerca de oito horas por dia, tanto com videoaulas como também com apostilas", comenta.
Treinamento físico dever seguir junto com a parte teórico
Tendo sido aprovado não só no concurso da PRF mas, também, em primeiro lugar para inspetor da Polícia Civil do Rio de Janeiro e auditor público do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, Leandro Macedo considera que as atividades de ajuda constante a outras pessoas foram o principal atrativo que lhe levou a se tornar PRF. Quando questionado sobre as principais dicas para se conseguir êxito no concurso, ele diz, sem pestanejar: "uma boa orientação ao perfil da banca, além de estudar com profissionais especializados abreviam muito o caminho do sucesso". "Com relação à quantidade de horas que se deve estudar é bem simples: todas disponíveis", afirma.
Além disso, o treinamento físico deve ser a longo prazo para evitar contusões e, também, deve ser com a preparação intelectual. Com relação à rotina de estudo, ele afirma, não se deve estudar mais de três horas seguidas a mesma matéria e devem ser priorizados os exercícios da provável banca examinadora, que é o Cespe/UnB, além de montar um planejamento considerando todas as matérias do último edital.
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