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ECONOMIA

PB entra na era da formalização com 67 mil empresas dentro da lei

Número de negócios formais no estado saltou de 22,9 mil, em dezembro de 2006, para 56,6 mil, em dezembro de 2007, aumento de 147% impulsionado pelo crescimento nacional.

Publicado em 24/10/2010 às 8:41

Jean Gregório

De forma silenciosa e favorecida por uma nova legislação, a Paraíba vive um ‘boom’ de registro de empresas formalizadas. Nos últimos três anos, o número de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), a porta de entrada da legalidade, nunca foi tão abundante. Na prática, o mundo dos negócios do Estado começa a vivenciar o cenário da ‘era da formalização’, impulsionada também pelo crescimento da economia nacional.

Dados do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, publicação do Sebrae em parceria com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que o ano de 2007 foi o divisor de águas na formalização no Estado. Para se ter uma ideia da expansão de empresas legalizadas, o número de negócios formais saltou de 22,9 mil, em dezembro de 2006, para 56,6 mil, em dezembro de 2007, um aumento exponencial de 147%.

A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, aprovada em dezembro de 2006 pelo Congresso Nacional, implantou uma nova legislação no país, entre eles o Simples Nacional, dispositivo que simplificou o pagamento de tributos das três esferas (Federal, Estadual e Municipal) numa única guia e ao mesmo tempo reduziu impostos. O novo regime de arrecadação, que substituiu o Simples Federal e o ‘ParaíbaSim’, atraiu mais de 34,2 mil novas microempresas paraibanas para a formalização, em 2007.

De acordo ainda com o Anuário Dieese/Sebrae, em 2006, havia apenas 19,7 mil microempresas no Estado pulando para 54 mil no ano seguinte, o que representa 95,25% do total das empresas formalizadas. Essa taxa de crescimento ficou estável em 2008, ao crescer 3,9% fechando em 58,9 mil negócios legalizados. No período de 2006 a 2008, a expansão de negócios com CNPJ no Estado já ultrapassa 157%, mas o número cresce a cada ano. A Junta Comercial do Estado da Paraíba registra 67 mil empresas até agosto deste ano no seu cadastro ativo.

“Além do crescimento da formalização, a Lei Geral possibilitou ao Estado identificar e reconhecer esses nichos de negócios que estavam na informalidade. As vantagens do Simples Nacional, inserido no capítulo tributário da Lei Geral da Microempresa, trouxeram milhares de atividades para a formalização por via de inclusão social, provando que quando se tem uma legislação favorável que estimula a legalidade acontece mudanças fortes no mundo dos negócios”, comenta a gestora de Políticas Públicas do Sebrae Paraíba, Bera Wilson.

O presidente da Junta Comercial do Estado da Paraíba (Jucep), Neto Franca, diz que além da legislação em vigor favorável o aquecimento da economia do país impulsionou ainda mais a abertura de novas empresas. “Quando se combina aumento de demanda e boa legislação surgem impactos positivos na economia de um Estado”, revelou.

Com a entrada em vigor da formalização pela internet com a categoria Empreendedor Individual em 2009, mas somente liberada para a Paraíba em fevereiro deste ano, o número de empresas com CNPJ sofreu um novo forte crescimento. Essa nova modalidade de negócio garante a gratuidade de registro enquanto empresa para pessoas que trabalham por conta própria, atacando a maior concentração da informalidade: os pequenos negócios que faturam até R$ 3 mil por mês ou R$ 36 mil ao ano.

Autônomos e donos de pequenas lojas de confecção, minimercados, lanchonetes e serviços como oficinas mecânicas e de borracharia puderam se legalizar. Ao todo, são mais de 430 ocupações diferentes que poderão se formalizar sem custo. A despesa para abertura de uma microempresa na Junta Comercial do Estado não sai por menos de R$ 700, entre taxas nos órgãos governamentais e do serviço de escritório de contabilidade.

Somando os registros na Junta Comercial do Estado e no Empreendedor Individual até 20 de outubro deste ano, as formalizações chegaram a 14,4 mil, 136% a mais que os doze meses do ano passado. A estimativa é que as legalizações alcancem 18 mil até dezembro, três vezes mais do que o ano passado (6 mil), o que representa um novo patamar em número de CNPJ. No país, a meta é de um milhão de empreendedores individuais registrados no www.portaldoempreendedor.gov.br.

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Jornal da Paraíba

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