Emergência prorrogada em 25 cidades da PB

O prolongamento da estiagem na Paraíba no segundo semestre de 2012 forçou o governo do Estado a prorrogar a situação de emergência em mais 25 municípios paraibanos por mais 180 dias.

Apesar da medida publicada ontem no Diário Oficial, a projeção não é nada animadora para agropecuaristas, já que, segundo as previsões da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), as precipitações no Estado só devem voltar a acontecer no mês de fevereiro do ano que vem.

A falta de chuva este ano, de acordo com relatório da Aesa, já corresponde a 60% a menos da previsão das precipitações feita no final de 2011, o que levou o Estado a ter atualmente um quadro de 195 municípios em situação de emergência. Apontada como uma das piores secas nos últimos anos, a estiagem de 2012 só não superou a de 1998, que segundo a Aesa, teve 70% abaixo da possibilidade de chuva daquele ano.

A partir da publicação oficial de ontem, as cidades de Alagoa Grande, Araçagi, Areia, Belém, Caldas Brandão, Capim, Cuité de Mamanguape, Duas Estradas, Guarabira, Gurinhém, Mamanguape, Matinhas, Mulungu, Pilar, Pilões, Pirpirituba, Pedro Régis, Rio Tinto, São José dos Ramos, São Miguel de Taipu, Serra da Raiz, Serra Redonda, Sertãozinho, Sobrado e Lagoa de Dentro passaram a integrar o grupo que enfrenta uma situação hídrica crítica. O prazo decretado anteriormente se encerraria na próxima semana.

“Pelo que aponta o cenário meteorológico da Paraíba, as chuvas só devem voltar a acontecer a partir de fevereiro de 2013. Essa previsão é para a região do semiárido, que compreende o Sertão,

Cariri e Curimataú. É possível que em janeiro sejam registradas as chuvas que chamamos de pré-estação, que são aquelas que acontecem à noite. Já para o Agreste e Litoral essa estiagem deve se prolongar até abril do ano que vem”, explicou Carmem Becker, meteorologista da Aesa.

Com a falta de chuva, a situação também está preocupante no que diz respeito ao nível dos açudes da Paraíba. Dados desta semana da Aesa apontam que onze reservatórios estão em situação crítica, ou seja, com menos de 5% de seu volume total, enquanto que 18 estão em observação, com menos de 20% de sua capacidade máxima. Já no que diz respeito aos que estão em situação crítica, os açudes Lagoa do Matinhas e São José do Sabugi estão sem água armazenada, enquanto que o São Francisco II está com 0,6% de sua capacidade ocupada.

Já os açudes que estão sangrando são: Chã dos Pereiras, localizado no município de Ingá, que tem capacidade para 1.965.600 metros cúbicos de água, e Olho d'Água, em Mari, que comporta 868.320 metros cúbicos. O primeiro açude sangrou em 1º de novembro, enquanto que o segundo rompeu suas barreiras no dia 15 do mesmo mês.