ECONOMIA
Cesta básica tem alta de 5,1% em João Pessoa, segundo Dieese
O aumento foi de 3% em relação a novembro, alcançando R$ 204,21, valor referente às despesas de uma pessoa por 30 dia.
Publicado em 06/01/2012 às 8:00
O feijão e a carne foram os produtos da cesta básica que mais apresentaram elevação no último mês de 2011, em João Pessoa. De acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento foi de 3% em relação a novembro, alcançando R$ 204,21, valor referente às despesas de uma pessoa por 30 dias com alimentos considerados essenciais.
Em João Pessoa, os principais vilões no mês de dezembro foram feijão (8,17%), carne (6%) e arroz (4,28%). Na faixa intermediária ficaram o café (3,77%), tomate (1,9%) e o óleo de soja (1,88%). As reduções apresentaram taxas bem modestas, a exemplos da banana (-5,8%) que apresentou a maior queda, seguido por açúcar (-1,58%) e farinha (-1,5%).
Deste modo, o valor da cesta básica na capital fechou o ano com alta de 5,13% ficando, no entanto, abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no acumulado dos 12 meses (6,64%).
Apesar da alta de 2011, a capital paraibana encerrou o ano com o segundo menor valor entre as 17 capitais pesquisadas, ficando atrás apenas de Aracaju (R$ 182,22). O fator pode ser explicado porque o custo da cesta básica teve alta em 12 capitais pesquisadas no ano passado. As maiores elevações foram percebidas em Belo Horizonte (34,89%), Curitiba (33,68%) e Florianópolis (31,22%). Somente as cidades de Salvador (5,35%) e Aracaju (2,50%) tiveram aumento abaixo de 13%.
Segundo o economista e supervisor técnico da Dieese, Renato Silva, a variação foi pontual e motivada por alterações climáticas nas diferentes regiões do país. “A colheita do feijão foi prejudicada pelo clima, bem como a engorda dos bois, e com a baixa produtividade, o preço sobe. A expectativa é que esses valores se mantenham estáveis no primeiro trimestre e baixem nos meses seguintes”, explicou.
O economista comentou ainda que no acumulado do ano os produtos que apresentaram as maiores altas foram: café (28,78%), tomate (27,78%), leite (9,05%), óleo de soja (8,67%), carne (6,64%), farinha (4,79%), manteiga (4,49%) e pão (4,27%).
Quanto aos produtos que reduziram seus preços: o feijão (-12,84%), arroz (-3,79%), banana (3,75%) e o açúcar (-3%).
A dona de casa Mércia da Silva Sousa, 36 anos, diz que tem sentido o aumento dos preços e a elevação no valor da carne é o que mais a tem assustado. “O feijão é um item que costumo comprar pouco, mas o consumo de carne é considerável, portanto tenho sentido o prejuízo direto no bolso”, contou.
Segundo ela, o jeito é apelar para o frango revesando com partes menos nobres de carnes vermelhas.
De acordo com os cálculos do Dieese, a alimentação básica da família pessoense custava até dezembro R$ 612,63, o equivalente a 1,12 vezes o salário mínimo bruto, quando era de R$ 545,00. “A alta do custo da cesta básica implica diretamente no total de horas que um trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir. Assim, em dezembro foi necessária uma jornada de 82 horas e 26 minutos. Em novembro este valor era de 80 horas e dois minutos”, informou o economista.
Em dezembro, o custo médio da cesta representou 40,73% do mínimo líquido, já o de novembro ficou em 39,54%.
Com o valor da cesta apurado na capital, com o maior custo para os produtos básicos, o levantamento do Dieese sugere que o salário mínimo necessário para o trabalhador cobrir despesas básicas da sua família em dezembro deveria ficar em R$ 2.329,75.
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